bIFUSP
ANO XVIII - No.22 - 07/07/2000
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bIFUSPANO XVIII - No.22 - 07/07/2000 | |
Prof. Ivan Cunha Nascimento
Cumprimentos ao nosso colega, Prof. Ivan Cunha Nascimento, ex-Diretor do Instituto, que completa 70 anos no próximo dia 11, aposentando-se compulsoriamente após mais de 40 anos como docente da USP. O Prof. Ivan foi homenageado durante a última sessão da Congregação. Também recebeu homenagem de seus colegas e antigos alunos em reunião solene do Conselho do Departamento de Física Aplicada, no último dia 5 de julho.
FUNDOS SETORIAIS
Na última semana o Senado aprovou quatro fundos setoriais Energia Elétrica, Transportes Terrestres, Recursos Hídricos e Recursos Minerais, Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Setor Espacial- que agora vão à sanção presidencial.
O chamado "Fundo Verde-Amarelo" - Programa de Interação Universidade-Empresa - perdeu o privilégio da tramitação urgente e voltou à tramitação normal. Isso significa que ele somente será apreciado pelo Senado em agosto, após o recesso parlamentar. Dos seis projetos aprovados pela Câmara dos Deputados em 7 de junho, dois foram juntados num só ao chegarem ao Senado (Recursos Hídricos e Recursos Minerais).
Após a sanção presidencial, os fundos setoriais poderão ser incluídos na proposta orçamentária de 2001, gerando recursos adicionais da ordem de R$ 1 bilhão à C&T no país.
Estarão abertas até 28 de julho, na Seção de Pessoal do IFUSP, as inscrições para o Processo Seletivo para contratação de docente junto ao Departamento de Física Nuclear. Maiores informações poderão ser obtidas na Assistência Acadêmica ou na Seção de Pessoal.
Estarão abertas, de 31 de agosto a 14 de setembro, as inscrições ao concurso de Livre-Docência junto aos Departamentos do Instituto de Física. O Edital será divulgado oportunamente. Maiores informações poderão ser obtidas junto à Assistência Acadêmica, pelo telefone 3818- 6902.
Estarão abertas, até 2 de outubro, as inscrições para o Concurso para Professor Titular junto ao Departamento de Física dos Materiais e Mecânica. Maiores informações poderão ser obtidas na Assistência Acadêmica.
4 Estarão abertas, até 22 de novembro, as inscrições para o Concurso para Professor Titular junto ao Departamento de Física Nuclear. Maiores informações poderão ser obtidas na Assistência Acadêmica.
A Reitoria informa a aprovação, pelo plenário da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, de emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que abre espaço para negociações com o Poder Executivo, visando à superação das limitações orçamentárias das três Universidades Estaduais.
Após várias reuniões entre os Reitores e parlamentares de diversos partidos, o artigo 5.o da LDO foi aprovado com a seguinte redação:
"Artigo 5º - Os valores dos orçamentos das Universidades Estaduais serão fixados na proposta orçamentária do Estado para 2001, devendo as liberações mensais dos recursos do Tesouro respeitar, no mínimo, o percentual global de 9,57% (nove inteiros e cinqüenta e sete centésimos por cento) da arrecadação do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ^Ö ICMS ^Ö Quota-Parte do Estado, no mês de referência.
§ 1º - À arrecadação prevista no caput do artigo serão adicionados 9,57% (nove inteiros e cinqüenta e sete centésimos por cento) das Transferências Correntes da União, decorrentes da desoneração do ICMS das exportações, energia elétrica e dos bens de ativos fixos, conforme dispõe a Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996, efetivamente realizadas.
§ 2o - Os acréscimos de gastos das três Universidades Estaduais Paulistas com seus hospitais, aposentadorias e precatórios, a partir do Decreto 29598/89, poderão ser custeados pela destinação de recursos suplementares, observadas as conclusões dos estudos pertinentes a este fim."
VISITA DO PRESIDENTE DO CHILE À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
A Reitoria da Universidade de São Paulo estará recebendo, no próximo dia 14, a visita do Exmo. Sr. Presidente Ricardo Lagos e sua comitiva para a realização de cerimônia de entrega da Medalha de Honra ao Presidente do Chile.
PRÊMIO USP DE DIREITOS HUMANOS
A Universidade de São Paulo acaba de criar o Prêmio USP de Direitos Humanos visando identificar e distinguir pessoas e instituições que, por suas atividades exemplares, tenham contribuído significativamente para a difusão, disseminação e divulgação dos Direitos Humanos no Brasil. Ele consiste em Troféu e Diploma e será distribuído em duas modalidades: Prêmio Individual e Institucional. A Universidade convida a todos que indiquem entidades ou pessoas que, a seu juízo, mereçam candidatar-se ao Prêmio. As inscrições podem igualmente ser feitas diretamente pelos próprios interessados, até o dia 30 de setembro de 2000, na Comissão de Direitos Humanos da USP, no Centro Universitário Maria Antonia - Rua Maria Antonia, 294 - Vila Buarque - SP, Telefones: (0xx11) 255-5538/7182, Telefax: (0xx11) 255-3140 ou via Internet, no site da Biblioteca Virtual de Direitos Humanos: www.direitoshumanos.usp.br e e-mail: direitoshumanos@usp.br.
"Uma Experiência Interdisciplinar na Formação Inicial de Professores de Física e Biologia"
Prof. Dra. Denise de Freitas, DEME- Universidade Federal de São Carlos
11/07/2000, Terça-feira, Auditório Adma Jafet, às16h
A finalidade da proposta de um projeto interdisciplinar na formação inicial de professores, que tem sido desenvolvido junto às disciplinas de Prática de Ensino de Física e Prática de Ensino de Ciências e Biologia, é estimular e auxiliar os futuros professores a elaborar planejamentos conjuntos e a colaborar em sua execução. Projeta-se um programa de formação, visando o desenvolvimento de novas competências que levem os professores a produzir coletivamente conhecimentos sobre a realidade escolar, percebendo a necessidade de: saber negociar pontos de vista, perceber diferenças, singularidades, complementaridade; conhecer possibilidades e limitações de sua especialização; dialogar com outros especialistas respeitando as diferenças de linguagem e olhares para o mundo; reconhecer que seu conhecimento é sempre parcial como é parcial a possibilidade colocada pela sua área de especialização. Uma primeira interpretação da experiência leva a elaboração de algumas necessidade para o processo de condução de experiência interdisciplinar na formação de professores: i)focalização do trabalho de intervenção nas múltiplas dificuldades dos futuros professores para a elaboração de uma nova visão de ensino; ii) construção de um contexto de sala de aula que encaminhe e facilite na construção de um saber interdisciplinar e docente por parte dos futuros professores; iii) acompanhamento específico aos pequenos grupos de licenciandos nos aspectos cognitivos e subjetivos, que ajude a formação e o entrosamento dos membros; iv) modificações curriculares e um esforço contínuo de reflexão dos responsáveis pelo projeto, no sentido de produzir manifestações concretas de interdisciplinaridade que se constituam como âncora e referência para os futuros professores.
No curso de extensão universitária "Formação de conceitos de ótica geométrica e física no ensino médio", que faz parte do Programa Pró-Ciências da CAPES/FAPESP, estão sendo organizadas as seguintes palestras:
10 de julho
10-12h: O processo de ensino-aprendizagem de conceitos em Física, Prof. Claudio Z. Dib - IFUSP
14-16h: Fundamentos da Física do Laser e Aplicações na Medicina, Profa. Denise M. Zezell - IPEN
11 de julho
10-12h: Aplicações e riscos da radiação, Profa. Emico Okuno - IFUSP
12 de julho
10-12h: Pedagogia de Projetos, Profa. Stela B. Piconez - FEUSP
14 de julho
9h30-11h30: Competências e Conhecimentos no Ensino Médio: PCN-ENEM, Prof. Luiz Carlos de Menezes - IFUSP
14-16h: Princípio e propriedades do Laser, Prof. Tomaz Catunda -IFSC-USP
15 de julho
8-11h: Holografia: princípio e aplicações, Profs. Mikiya Muramatsu e Luis Roberto Batista - IFUSP
Local das palestras: Ed. Principal, Ala II, sala 214
Mikiya Muramatsu - Coordenador do programa
INFORMAÇÕES DA CAPES
Comunicamos que recebemos informações da CAPES referentes aos cursos e eventos no exterior oferecidos por países estrangeiros sobre Bolsas de estudo para o programa de treinamento "Conservação de Energia em Indústrias Químicas - 2000", "Gerenciamento das Diferentes Maneiras de Utilização de Energia Elétrica ^Ö 2000" e Bolsas de estudo oferecidas pelo Governo do Japão através de seu Ministério da Educação (Monbusho). Maiores informações encontram-se à disposição na Secretaria de Pós-Graduação do IFUSP.
POR UMA AMPLA REFORMA DO CURSO DE FÍSICA
Acreditamos que existe, na discussão sobre reforma curricular do bacharelado, um debate que precede à determinação das disciplinas que devem ser cortadas ou acrescentadas e à definição de seu número de créditos. Trata-se de estabelecer qual o perfil de físico que se quer formar e verificar até que ponto a prática de ensino do Instituto está contribuindo neste sentido ou não. Sem essa discussão, o debate sobre disciplinas e conteúdos fica sem sentido. Incapazes de discutir neste espaço questões tão amplas, levantaremos apenas alguns pontos:
1) Não existe na vida de um físico o momento em que ele se forma e, portanto, pode parar de estudar para exercer sua profissão: o estudo é permanente. Neste sentido, acreditamos que o mais importante nas disciplinas não é ensinar os conteúdos, mas sim ensinar a forma de raciocinar em ciência ensinando, assim, por conseqüência, o aluno a estudar por conta própria.
Não se trata de algo trivial: a maior dificuldade dos alunos é, do nosso ponto de vista, a não compreensão da linguagem científica. Nos cursos ligados à matemática, por exemplo, falta a compreensão do sentido do que se está fazendo: os professores, desde o primeiro semestre do curso, provam "a ida" e "a volta" dos teoremas e os alunos, que nunca estudaram lógica na vida, obviamente não entendem nada. Nas provas, no entanto, os alunos vão descobrindo que eles não precisam entender o raciocínio matemático: basta saber resolver os exercícios. O resultado concreto é que, durante muito tempo, os alunos, traumatizados, são incapazes de ler um texto matemático rigoroso e se sentem profundamente desmotivados. Se os professores, ao invés de ficarem tão preocupados com o conteúdo, construíssem dinâmicas que ensinassem a entender a linguagem matemática, ensinando um pouco de lógica, tendo paciência para debater com a classe o significado de um teorema ou de uma definição, quem sabe até propondo seminários aos alunos, estes terão aprendido, ao final do curso, algo muito mais precioso do que o conteúdo: terão aprendido a pensar e estudar matemática.
Nos cursos ligados à física igualmente inexiste a discussão sobre a forma de fazer física. A bibliografia dos cursos é, geralmente, apenas o livro didático que servirá de base ao curso. Como as aulas são muitas vezes extremamente parecidas com o livro, nem sequer o manual é lido pelos alunos. Toda a riqueza teórica (e humana) da pesquisa científica é reduzida a fórmulas e resolução de exercícios artificiais, criados exclusivamente para avaliar o aluno. A maneira como as teorias científicas são apresentadas está completamente descolada do que foi a pesquisa que levou a sua elaboração. Os textos originais são uma referência distante. Todos os problemas científicos apresentados em sala de aula tem solução e a solução é quase sempre única e inquestionável. O debate de idéias parece não ter nenhum papel na ciência e aprender física parece significar aprender, através da imitação, técnicas de resolução de exercícios.
A questão central está na atribuição de um papel excessivamente passivo ao aluno, num enfoque exagerado na aula expositiva e no passar o conteúdo. Se o aluno se familiariza com a linguagem científica e participa dos debates teóricos, a aprendizagem do conteúdo mais técnico pode ser feita por ele sozinho, em casa ou na biblioteca. Acreditamos que a excessiva taxa de conteúdo por hora-aula gera nos professores e alunos uma ansiedade que os torna incapazes de refletir ou discutir as idéias físicas envolvidas.
2) É preciso confiar na capacidade dos alunos. Afinal, o físico não é um mero reprodutor de técnicas, mas sim um profissional que deve ser autônomo e criativo. Há uma grande preocupação no currículo atual de impedir que os alunos "trapaceiem". Assim, apesar de haver um número razoavelmente grande de disciplinas optativas, existe uma série de regras que tolhem a liberdade do aluno e acabam por torná-las, na prática, "optatórias". A cultura da desconfiança no Instituto é tal que o bacharelado simples, que dá ao aluno maior liberdade (ainda assim, restrita aos muros do Instituto) é desprezado. Aquele que deseja ser um Pesquisador tem como única alternativa a habilitação em Pesquisa Básica, que dá poucas opções ao estudante e, dessa forma, parece ter a pretensão de esgotar todo o conteúdo necessário a um físico. Esta é uma visão autoritária e anti-interdisciplinar, desperdiçando, assim, todo o potencial de nossa Universidade. Afinal, a física, como ciência em construção, é muito ampla e não tem ^Ö e nem poderia ter ^Ö o horizonte estreito que o curso induz seus alunos de graduação a ter.
3) "É considerada competência essencial de um físico (...) desenvolver uma ética de atuação profissional e a conseqüente responsabilidade social, compreendendo a Ciência como conhecimento histórico, desenvolvido em diferentes contextos sócio-políticos, culturais e econômicos" (Diretrizes Curriculares para Cursos de Graduação em Física, p. 4. MEC, Abril de 1999)
Das cinco competências essenciais que as Diretrizes Curriculares apontam, é nesta que o Instituto se mostra mais omisso. O estudo da história da física, filosofia da ciência e a reflexão sobre a política de ciência e tecnologia no Brasil e no mundo insere-se neste contexto. A presença de uma discussão séria a este respeito se restringe a alguns professores isoladamente e é tratada como se fosse um assunto da área de ensino. É como se refletir a respeito do que é ciência não fosse útil para pesquisadores. O aluno que possui, apesar do descaso do Instituto, a consciência da importância deste assunto se sente altamente frustrado uma vez que, em classe, esta abordagem não esta presente e o Instituto oferece ridículos 2 créditos opcionais relacionados a estes assuntos através do curso "Evolução dos conceitos da Física".
O aluno se vê, então, obrigado a buscar em outras unidades da Universidade respostas para estas questões centrais da física. Neste ponto o currículo mostra a sua face mais perversa, obrigando o aluno a incluir tais assuntos de física em míseros 12 créditos livres, enfrentar a dificuldade da compatibilização dos horários das disciplinas e competir ferozmente pelas 5 vagas oferecidas a toda USP pela resolução 3045.
Consideramos estes alguns dos aspectos fundamentais em cima dos quais devem ser discutidas as questões mais técnicas de uma reforma curricular. Fica claro que uma resposta satisfatória a estas (e outras) questões não pode se dar exclusivamente através dela. É necessário que a reforma curricular esteja incluída em uma ampla Reforma do Curso de Física, que não se realizará apenas através de medidas burocrático-administrativas. Entendemos que todas as discussões, das gerais às mais técnicas, devem ser feitas abertamente. Neste sentido este espaço é muito bem vindo e esperamos, assim como a representação discente, que os debates prossigam com apoio do Instituto.
Eduardo Goldani Altmann - altmann@socrates.if.usp.br
Leonardo Crochik - leo_crok@uol.com.br
SEMINÁRIO DE ENSINO
"Uma Experiência Interdisciplinar na Formação Inicial de Professores de Física e Biologia"
Prof. Dra. Denise de Freitas, DEME- Universidade Federal de São Carlos
Auditório Adma Jafet, às16h
SEMINÁRIO DO GRUPO DE FÍSICA NUCLEAR TEÓRICA E FENOMENOLOGIA DE PARTÍCULAS ELEMENTARES (FINPE) - DFEP/DFNC
"Pares de Cooper, BCS e QCD"
Prof. Dr. Celso Luiz Lima, IFUSP
Ed. Principal, Ala II, Sala 335, às 17h
B I F U S P - Uma publicação semanal editada pelo IFUSP
Responsável: Prof. Silvio R. A. Salinas - Coordenador: Prof. Hercílio Rodolfo Rechenberg
Diagramação: Rosangela Trevisan Rodrigues
São divulgadas no BIFUSP as notícias encaminhadas até 4a feira, às 12h, impreterivelmente
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