bIFUSP

ANO XVIII - No.14 - 17/05/2002


ÍNDICE


EDITORIAL

Estão sendo publicadas, neste número do BIFUSP, duas contribuições a respeito da organização das atividades de Ensino no IFUSP, enviadas pelos Profs. João Carlos Alves Barata e Luiz Carlos Gomes.

Certos aspectos abordados nesses textos serão talvez considerados polêmicos por alguns leitores, mas suficientemente instigantes para a comunidade, que cuidará de discuti-los. Outros temas tratados acenam para possíveis convergências. É o que me parece ocorrer quando os autores examinam a gestão do ensino. Num dos textos, propõe-se a reestruturação da atual Secretaria de Graduação, que separada da Comissão de Graduação, teria seus trabalhos acompanhados por um docente supervisor; no outro texto, é proposta a criação de um "Serviço de Ensino", também separado da Comissão de Graduação e chefiado por um docente "Diretor de Ensino". No primeiro caso, a proposta refere-se exclusivamente ao Ensino de Graduação; no segundo texto é proposta um nova instância de gestão do Ensino no IFUSP, visto de forma abrangente, dando suporte e articulando essas atividades em suas diversas vertentes no Instituto.

Ainda no âmbito da reforma do Ensino no IFUSP, o CEFISMA está convidando a comunidade para o lançamento do documento "Idéias, considerações e propostas sobre um curso de bacharelado em Física", construído a partir de "propostas e idéias surgidas do contato diário com as contradições de nosso curso atual", como assinala a Entidade. É uma iniciativa extremamente positiva do CEFISMA, que revela maturidade e senso de responsabilidade aguçados, além de enriquecer nossas reflexões.

Reitero meu convite para o envio de novas contribuições a respeito da organização do Ensino no IFUSP.

Prof. Nelson Fiedler-Ferrara


Sobre Reformas no Ensino de Graduação do IFUSP

Prof. João Carlos Alves Barata

Há praticamente consenso na comunidade do IFUSP quanto ao fato de a formação a nível de graduação aqui oferecida ser insatisfatória em sua abrangência e em sua profundidade, como também dúbia enquanto instrumento de produção de profissionais para as várias áreas de atuação na qual a Física se faz presente. Isso vale tanto para a Licenciatura quanto para o Bacharelado, em suas várias modalidades.

Há muito se discutem essas questões dentro do IFUSP, quer de maneira informal quer em foros de caráter mais oficial. Essas discussões freqüentemente abordam vários tipos de problemas. Listemos alguns, em ordem arbitrária de importância:

  • Carências na formação pré-universitária dos estudantes, em franco estado de
    degeneração.
  • Falta de real interesse por Física observada em muitos estudantes, causada tanto
    pelas inadequações do atual esquema de admissão vestibular quando por um
    crescente desinteresse pelas Ciências, fato esse observado, alias, mundialmente.
  • Desinteresse da parte de alguns (muitos?) docentes pela prática do ensino. Falta de
    didática, de preparo adequado de aulas e, não neguemos, falhas de formação e
    conhecimento.
  • Inadequação das disciplinas teóricas e experimentais, tema muito amplo para que se
    entre em detalhes nesta lista.
  • Pouco engajamento dos docentes quanto ao aprimoramento dos cursos e disciplinas.
    Falta de acoplamento entre laboratórios de pesquisa e laboratórios didáticos.
  • Falta de visão clara do que um curso de Física deve ser, do quanto se deve ensinar e
    do quanto deve ser deixado aos esforços individuais dos alunos.
  • Passividade da parte de estudantes quanto ao aprendizado, paternalismo da parte de
    docentes e a perniciosa simbiose desses dois males.
  • A noção demagógica e politicamente distorcida de que o Instituto de Física da USP
    deve ser algo como um órgão de doutrinação ou de mero assistencialismo social, cuja
    função na sociedade não é a de provê-la com Física e físicos da melhor qualidade
    (servindo-a assim da melhor forma) mas de instrumentalizar e orientar a pesquisa e a
    atividade formativa na direção de uma falsa ``conscientização'' social ou na formação
    de quadros voltados para um falso engajamento nas mazelas da sociedade brasileira.
  • O célebre e histórico "acordo de cavalheiros'", que prevê uma distribuição não-departamental das disciplinas
    de graduação o que, vêem alguns, enfraquece o acoplamento dos Departamentos com as atividades de ensino
    e com sua instância decisória, a CG.
  • Excesso de tolerância para com estudantes relapsos e docentes/pesquisadores idem.
  • Tentativa de manipulação de estudantes, por parte de certos docentes, como instrumentos de pressão em
    jogatinas políticas que servem ao interesse de grupos isolados.
  • Inação e desinteresse da parte de sucessivas administrações para com os problemas da graduação.
  • A nociva influência da parte de docentes inativos em pesquisa em questões decisórias relativas ao ensino.
  • A noção de que um forte engajamento em pesquisa não é condição necessária para um bom desempenho
    pedagógico no ensino superior de uma Universidade como a USP.
  • O despropósito do atual curso de Licenciatura que, ao desacoplar a formação de professores das disciplinas
    regulares do Bacharelado, criando disciplinas especiais de "segunda classe", parece querer implementar a
    noção de que para se ensinar Física não é necessário saber Física.
  • A profusão de disciplinas oferecidas pela Graduação do IFUSP, algumas com títulos risíveis e com ementas
    descabidas.
  • É fato, porém, que as discussões são mormente pautadas pela idéia de que o IFUSP precisa implementar uma Reforma em sua graduação. Essa Reforma é muitas vezes entendida como uma reforma de cursos e disciplinas, ou seja, (em modo decrescente de generalidade) da estrutura das modalidades de graduação, do perfil curricular, da grade curricular e das ementas das disciplinas individuais, não descartando-se a criação de novas disciplinas e a eliminação de outras.

    O objetivo deste texto não é apenas contribuir com a discussão da Reforma enquanto reforma curricular, mas também a de expressar opiniões sobre a necessidade de outras reformas, em parte de cunho mais administrativo, que antecedam a discussão da reforma curricular e que garantam sua implementabilidade e perenização.

    Apesar do estado de insatisfação geral, é evidente a qualquer um que pouco ou nada de concreto foi feito ou está sendo preparado para efetivamente sanar a Graduação do IFUSP, pois mesmo a corrente discussão da Reforma em curso na CG está lamentavelmente condenada a adentrar no já um tanto congestionado limbo das reformas curriculares natimortas.

    Chama a atenção de qualquer observador isento que contemple nosso Instituto e sua relação com seus cursos que o engajamento global da comunidade ativa de pesquisadores para com os problemas da graduação é mínima. Fiquemos em um exemplo, que não é nem de longe único. Há alguma voz no Instituto, profissionalmente engajada em pesquisa e sabedora do que a Física Experimental realmente é, que se levante em defesa das disciplinas de laboratório na forma como os mesmos atualmente são? Certamente não. Então, por que nada se faz para mudá-los?

    Para compreender a natureza das propostas, coloquemos a seguinte questão: por que as coisas chegaram ao ponto em que chegaram? O que levou a este estado de omissão quase letárgica que se vê por parte da nossa comunidade de pesquisadores?

    Como físicos, é profissionalmente desonroso que nos desviemos de fatos. É amplamente sabido que cerca de 20% do corpo docente do IFUSP é inativa em pesquisa, ou quase isso. Não nos cabe aqui discutir por que isso é assim, apenas lembrar que isso não pode ser negado e que certas conseqüências desse fato devem ser cuidadosamente analisadas.

    Dentro da principal instância decisória do IFUSP relacionada ao ensino de graduação, a Comissão de Graduação, tem-se formado ao longo dos anos um círculo vicioso que descreveremos de modo simplificado.

    As atividades da Comissão são coalhadas de uma infinidade de atividades burocráticas correntes, de importância, não raro, menor face aos grandes problemas do ensino. O tratamento desses problemas demanda um grande investimento de tempo por parte dos agentes decisórios, os quais são docentes. A grande demanda de tempo afugenta das mesmas atividades aqueles docentes mais engajados em atividades de pesquisa. Como conseqüência, muitos dos Departamentos (num passado recente, todos) tendem a nomear como representantes na CG docentes com as seguintes características: ou são inativos em pesquisa, ou são jovens contratados recentes, ou são pesquisadores ativos, mas que ainda não atingiram o tipo de experiência e respeitabilidade que somente uma maior longevidade acadêmica pode trazer. Na atual configuração da CG, por exemplo, há apenas dois titulares (recentes, alias). No passado o número de titulares chegou a ser zero, fato talvez único em toda a USP. Uma das conseqüências perversas disso é a infeliz tendência, observada em particular nos menos ativos, de ver na sua atuação na CG uma justificativa para sua própria presença na Universidade. Tais pessoas tendem a valorizar as atividades burocráticas menores, os engajamentos políticos intra e extra Instituto, o voluntarismo paternalista no tratamento dos problemas matriculares e curriculares dos estudantes e assuntos que tais. Assim, os assuntos realmente graves são postergados, relegados a um corpo decisório não-representativo e a CG é vista como um órgão menor, que afugenta os pesquisadores ativos de maior peso e respeitabilidade acadêmica, fechando o ciclo.

    O ciclo vicioso descrito acima é apenas uma descrição em primeira ordem de aproximação ao problema. Um outro ponto que merece discussão é o mencionado "acordo de cavalheiros". Historicamente o mesmo iniciou-se como uma proposta muito positiva. O Instituto era pequeno, a Física é uma só. Por que não incentivar a formação geral dos docentes, permitindo que todos possam ministrar qualquer disciplina? Em princípio, não havia e não há nada a objetar ou criticar nisso, pelo contrário, a unidade da Física básica incentiva essa postura. Todavia, um problema que não foi previsto pelos proponentes iniciais (e que só se manifestou a longo prazo, após o crescimento do IFUSP) é que, ao relegar à CG a distribuição dos cursos, os Departamentos proposital ou inconscientemente desengajaram-se de certas responsabilidades para com o ensino de graduação, delegando à CG o status de um monstrengo com vida própria, independente e passível da crítica normalmente reservada às instâncias burocráticas externas. Mais um veio, portanto, a alimentar o ciclo vicioso. Desfazer o acordo de cavalheiros é, cremos, impossível no momento, e por uma simples razão: os seis Departamentos do IFUSP não têm qualquer natureza temática definida. Alguns são meramente definidos como o conjunto de ocupantes de certos prédios! Ainda assim, permanece a questão de que os Departamentos devem entender ser também suas as responsabilidades quanto ao destino a ser dado pelos problemas que grassam nas atividades de ensino de graduação do IFUSP.

    "Abandonai toda a esperança, vós que entrais". Segundo Dante, era com tais palavras que se defrontavam as almas ao chegarem ao inferno. Muitos dentre nós crêem, talvez com razão, serem também estas as palavras que recebem aqueles que entram na nossa CG. De qualquer forma, não há certamente qualquer esperança de resolver os graves problemas da graduação do IFUSP enquanto o ciclo descrito acima não for quebrado, pois na sua estrutura atual a CG não comporta espaço para que um corpo representativo e academicamente respeitável de pesquisadores delibere sobre questões maiores do ensino de graduação.

    Como quebrar o ciclo? Somente através da ação direta e firme da Direção do Instituto e dos Departamentos. Propomos as seguintes etapas:

    1. Reestruturação da atual Secretaria de Graduação, no sentido de torná-la órgão eficiente e de caráter primordialmente burocrático, a ser chefiado por um não-docente, sob o acompanhamento de um supervisor docente, e com a tarefa de abarcar todos os processos burocráticos referentes a matrículas, diplomas etc. (englobando, portanto, a atual Seção de Alunos), distribuição de carga didática (com supervisão dos Departamentos), manutenção de laboratórios didáticos e salas de aula, assim como equipamentos de informática pertinentes.
    2. A transformação, com apoio dos Departamentos, da atual Comissão de Graduação em um órgão de alta representatividade e respeitabilidade acadêmica voltado exclusivamente para o processo de reforma do ensino e manutenção permanente da qualidade do mesmo. Caberia à Direção do Instituto zelar pelo compromisso dos Departamentos na escolha de representantes com o perfil mencionado.

    A criação da Secretaria de Graduação tem por objetivo desvencilhar a Comissão de Graduação de atividades burocráticas corriqueiras, liberando-a, assim, para o tratamento dos problemas mais sérios e nobres requeridos pela reformulação da política de ensino de Graduação do Instituto. Com isso, espera-se que a CG possa atrair em todos os Departamentos uma representação academicamente respeitável de pesquisadores. é possível que tais reformas só possam ser implementadas através de mudanças no estatuto do IFUSP, especialmente no que se refere às incumbências da CG.

    A Reforma Curricular em si poderá, então, ser realizada, em linhas gerais, da seguinte forma. Primeiramente, serão feitas deliberações pela Comissão de Graduação sobre a política e estrutura global do Bacharelado e da Licenciatura, definindo modalidades de diplomas (fixando números de créditos de disciplinas obrigatórias e optativas, por exemplo) e o perfil geral dos cursos, com eliminações, fusões e criações de disciplinas etc. Em uma segunda etapa, a Comissão de Graduação nomearia um grupo pequeno de docentes experientes e de bom-senso para, sob isenção de carga didática por um ano (ou mais), apresentar ementas detalhadas de todas as disciplinas básicas oferecidas. Sugerimos que esse pequeno Grupo de Trabalho seja formado por apenas dois docentes, um teórico e um experimental. Esse Grupo de Trabalho poderia, naturalmente, realizar consultas entre docentes experimentados em certas disciplinas. Em uma terceira etapa, a proposta do Grupo de Trabalho seria apresentada ao Instituto para discussão geral, cabendo à CG a implementação.

    O que sairia disso, cremos, será infinitamente superior ao processo caótico e mal-orientado ora em curso.

    Urge que o IFUSP resgate o controle de sua política de ensino, aumentando o peso acadêmico-científico de seus agentes decisórios e implementando reformas sérias, coerentes e sustentáveis de seus cursos de graduação.


    O Desafio da Gestão do Ensino de Física no IFUSP

    Prof. Luiz Carlos Gomes

    Atender bem a uma demanda de 14.000 matrículas-disciplina por ano, agrupadas em mais de 200 turmas, abrangendo cerca de 4.000 alunos de oito diferentes Unidades da USP, além dos nossos 1.200 estudantes dos cursos de licenciatura e bacharelado, por si só já é um grande desafio. A preocupação salutar das Unidades em acompanhar cada vez mais de perto o desempenho das turmas tem aumentado a necessidade de uma articulação mais efetiva de nossa parte. Acrescente-se a isto a nossa colaboração com diversas Unidades na formulação de novas estruturas curriculares que contemplem as novas diretrizes curriculares do MEC para os diversos cursos de graduação, de flexibilização curricular, enxugamentos de ementas, redução de carga horária, etc. Acrescente-se ainda a criação de novos cursos de graduação no nosso campus, com novas disciplinas de física, tanto teóricas quanto experimentais, cuja implantação requer uma redobrada dedicação. O desafio não pára por aí: há ainda as demandas no campo das metodologias, do manejo das mídias, da revisão dos objetivos, da forma e mesmo dos conteúdos das disciplinas experimentais. Neste contexto temos nossos próprios cursos de graduação que, apesar de precursores de várias diretrizes hoje adotadas pelo MEC, padecem de uma melhor adequação, tanto ao aluno que recebemos, como ao perfil do profissional que queremos formar. Em particular, as altas taxas de desistência do bacharelado, sobretudo no noturno, indicam a necessidade de mudanças substantivas, visando melhorar nossa eficiência como formadores de bons bacharéis em física.

    Estas tarefas mencionadas extrapolam, em muito, tanto a capacidade gerencial e mesmo regimental da Comissão de Graduação do Instituto. A estrutura gerencial de ensino do nosso Instituto não encontra similar na USP (à exceção talvez do IFSC). É comum nas Unidades até haver Departamentos responsáveis por cursos de graduação. É o caso de nosso vizinho e parceiro IME, com os cursos de Bacharelado em Matemática Pura (do MAT), em C. da Computação (do MAC), em Estatística (do MAE), etc. O IAG é outro exemplo com seus cursos de Meteorologia (do ACA) e de Geofísica (do AGG). Estas Unidades têm em cada departamento uma infraestrutura de ensino que, além de cuidar das tarefas acadêmicas acima mencionadas, responsabilizam-se pela manutenção de seus laboratórios, de suas salas de aula, controle de encargos didáticos, horários, etc, cabendo às CGs o papel de articulador dos diversos departamentos envolvidos nos cursos.

    A necessidade de se rediscutir a gestão do ensino no IFUSP não é nova. No entanto, o aumento mencionado de demanda de ações na área da graduação esgotou a capacidade de resposta da CG e de sua secretaria de graduação.

    Ao procurar uma saída que preserve o nosso modelo centralizado de distribuição dos encargos didáticos, podemos nos mirar em exemplos de unidades como a Escola Politécnica, na gestão centralizada do ciclo básico dos cursos de engenharia. Ali foi criada uma "gerência de ensino", com vocação executiva e articuladora de ações pedagógicas, reservando-se à CG o seu papel mais acadêmico, "legislativo" e normativo.

    Com o propósito de propor medidas que permitissem à CG cumprir seus objetivos acadêmicos previstos no regimento e outros não previstos, mas necessários, levantamos, no início de 2001 as ações administrativas que dão suporte e promovem a graduação, Constatou-se que a Secretaria de Graduação incorporou inúmeras tarefas e ações típicas de uma gerência de ensino, colocando nas mãos do presidente da CG responsabilidades executivas mais apropriadas a um diretor de ensino. Cuidar da infra-estrutura didática, salas de aula, laboratórios, mídias, dando suporte e articulando as várias atividades de ensino de graduação, de pós-graduação e de extensão, seriam algumas das funções deste diretor. Para tanto, deveria contar com o apoio de um Serviço de Ensino, já previsto em nosso regimento, e trabalhar em sintonia com os Assistentes Técnicos da Diretoria. O regimento da USP, reproduzido no regimento do IFUSP em seu Art. 16, determina no parágrafo 10 que: "São subordinados ao Diretor todos os órgãos técnicos e administrativos da Unidade". Dado que o "Diretor Adjunto de Ensino" auxiliará o diretor em suas atribuições regimentais de direção, é natural que esta função seja de livre provimento do diretor, como o é, por exemplo, na Escola Politécnica.

    A necessidade da implementação deste Serviço de Ensino foi apresentada pela CG ao sr. Diretor, por ocasião de reunião convocada por ele para ouvir as Comissões, tendo este declarado todo apoio à esta reivindicação, mencionando ainda seu compromisso, expresso no discurso de posse, de apoiar as iniciativas que colaborem com a melhoria do ensino no Instituto.

    A instalação do Serviço de Ensino aliviará a CG e sua Secretaria de Graduação de inúmeras tarefas, podendo esta atender de forma mais eficiente às suas atribuições precípuas.

    A CG já levantou, classificou e agrupou as múltiplas ações que hoje são realizadas pela Secretaria de Graduação/Seção de Alunos que seriam redistribuídas criteriosamente com o Serviço de Ensino. Sugestões de outras ações e de como implantar estas mudanças gerenciais, são bem-vindas. Com isto esperamos o mais rapidamente possível oferecer ao corpo docente do IFUSP, melhores condições para enfrentar as novas tarefas de ensino que o momento exige.


    CEFISMA

    Lançamento de Documento sobre o Curso de Bacharelado

    Discussões sobre a Reforma Curricular e o Curso de Bacharelado em Física têm ocorrido no Instituto há pelo menos dois anos. Ainda que de uma forma tortuosa e pouco objetiva, uma série de opiniões e idéias foram manifestadas através de textos expostos no BIFUSP, debates e palestras promovidos pela Comissão de Graduação (CG) e pelo CEFISMA. O Centro Acadêmico sempre procurou participar ativamente nessa discussão por acreditarmos que a participação estudantil, também nesse tema, é imprescindível nas mais diversas etapas do longo processo de implementação de um novo currículo. No momento temos o prazer de convidar os professores, funcionários e estudantes do IFUSP para o lançamento do documento "Idéias, Considerações e Propostas sobre um curso de Bacharelado em Física". Trata-se da sistematização das contribuições dos estudantes no ponto em que talvez tenhamos mais a acrescentar: propostas e idéias surgidas do contato diário com as contradições de nosso curso atual.

    No segundo semestre de 2001, com a colaboração de diversos docentes que disponibilizaram o horário de uma de suas aulas, pudemos discutir com cada uma das "turmas" do Bacharelado os problemas do nosso curso. A partir dessa reflexão conjunta foram levantadas, em cada uma das classes, propostas que mais tarde foram debatidas, aprovadas ou rejeitadas em plenárias. Finalmente sistematizamos essas idéias no documento que agora temos o prazer de publicar. Adotamos essa dinâmica de discussão e elaboração do documento, pois acreditamos que devemos priorizar a possibilidade ampla de manifestação, ainda que isso implique em situações conflituosas ou eventuais perda de coerência.

    Longe de conter uma proposta acabada de Reforma Curricular (esta missão não cabe exclusivamente a nós estudantes) esperamos que este trabalho possa ser agora lido e debatido, subsidiando assim as discussões e deliberações futuras que procuraremos novamente promover e participar ativamente. No entanto, alguns pontos levantados transcendem os limites de uma Reforma de Curso e sugerem mudanças da relação estudante-professor. Acreditamos que os docentes interessados em melhorar seus cursos e seu relacionamento com os estudantes encontrarão um material que auxiliará a superação da incompreensão mútua que muitas vezes reina nas salas de aula do IFUSP.

    Convite para o lançamento do Documento "Idéias, Considerações e Propostas sobre um curso de Bacharelado em Física": quarta-feira, 22/5 às 12:45h; quinta-feira 23/5 às 18:30h, no Auditório Abrahão de Moraes.

    Participantes convidados: Pró-Reitora de Graduação, Prof. Dra Sonia Penin; Diretor do IFUSP, Prof. Dr. Gil da Costa Marques; Presidente da CG, Prof. Dr. Luiz Carlos Gomes; Representante do CEFISMA.


    COLÓQUIO

    "Instituto do Milênio para Evolução de Estrelas e Galáxias na Era dos GrandesTelescópios: Implementação de Instrumentação para o SOAR e Gemini"

    Profa. Dra. Beatriz Barbuy

    Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, IAG, USP

    23 de maio, quinta-feira, Auditório Abrahão de Moraes, às 16 horas

    Serão descritos os telescópios SOAR e Gemini, que têm participação brasileira, sua instrumentação, e projetos científicos. A organização do Instituto do Milênio, descrição das instituições participantes, pessoal e diversos objetivos serão apresentados.


    MINI-COLÓQUIO

    "Física Nuclear: do estudo dos núcleos atômicos aos materiais"

    Prof. Dr. Manfredo H. Tabacniks, IFUSP

    20 de maio, segunda-feira, Auditório Abrahão de Moraes, às 13h

    Até o ano 1250-conheciam-se apenas 11 elementos da tabela periódica. Em 1907, antes da experiência de Rutherford, 85 elementos já haviam sido identificados, mas não se sabia ainda como eram constituídos. Ao bombardear uma fina folha de ouro com partículas alfa, em 1909, Rutherford iniciou o estudo experimental "invasivo" dos núcleos atômicos e abriu caminho para a descoberta do próton e do nêutron. Os aceleradores, o primeiro com apenas 280kV, vêm sendo usados para o estudo sistemático dos elementos que constituem os elementos. Essas mesmas máquinas, cada vez maiores, permitiram também criar novos nuclídeos, antes inexistentes. Criar novos elementos não foi suficiente. Queremos criar Novos Materiais, combinando e organizando os átomos em sistemas diminutos. Na era da nanotecnologia, os aceleradores são sondas de alta sensibilidade para verificar se o material criado está conforme o projetado. Os métodos nucleares, antes usados para investigar o núcleo, são agora instrumentos de caracterização e modificado de materiais tão diversos como semicondutores, materiais biológicos e biomédicos e poluição do ar.


    COLÓQUIO DO DEPARTAMENTO DE FÍSICA MATEMÁTICA

    Estratégias de peixes elétricos sul-americanos para evitar interferência na localização elétrica

    Dr. Alberto Capurro Stanham, Departamento de Física Nuclear, IFUSP

    22/05, 4a. feira, às 16h, Ed. Principal Central, sala Jayme Tiomno

    Existem alguns tipos de peixes elétricos sul americanos que utilizam descarga elétrica pulsada para fazer o mapeamento do ambiente. Quando dois peixes elétricos se encontram, se eles descarregarem os pulsos respectivos com intervalo de poucos milisegundos, haverá interferência mútua, atrapalhando a localização elétrica de ambos, especialmente se as freqüências de descarga forem próximas. Para evitar esse problema existem duas estratégias que foram observadas quando estão para acontecer descargas simultâneas: (i) quando as freqüências são próximas, o peixe com freqüência mais alta aumenta sua freqüência transitoriamente; (ii) quando as freqüências são muito diferentes, é o peixe com freqüência mais baixa que aumenta sua freqüência transitoriamente. Dessa maneira os peixes conseguem preservar suas capacidades de localização elétrica durante a interação social. Será mostrado modelo computacional que permite reproduzir os dois tipos de estratégia, observados no habitat natural.


    SEMINÁRIO DE ENSINO

    É Possível Formar Professores de Ciências?

    Prof.Dr.Alberto Villani, IFUSP

    21/05, 3a. feira, às 16h, Auditório Adma Jafet

    Nesse trabalho procuraremos responder a essa pergunta analisando dados educacionais, sociais e políticos dos últimos cinqüenta anos no Brasil, tendo por pano de fundo os eventos e as modificações ocorridas no Exterior. A tese que explicitaremos é que existiu uma tensão, variável ao longo do tempo, entre os vínculos colocados pelas políticas educacionais, a reboque da situação socioeconômica do país, e as demandas, às vezes divergentes, das comunidades acadêmicas (dos docentes de ciências, dos pesquisadores da área e dos especialistas em educação). Em nossa opinião essa tensão contribuiu positivamente para a evolução da produção de conhecimentos por parte da Academia e para articulação de projetos curriculares mais fundamentados por parte das Autoridades Institucionais, mas deixou pouco espaço para um aprofundamento efetivo da formação dos professores e futuros professores.


    SEMINÁRIO DO GRUPO DE FÍSICA ESTATÍSTICA

    "Quantum Chaos or Wave Chaos? - Experiments in Acoustics"

    22/05, 4a. Feira, às 14h, Ed. Principal, Ala I, Sala 204

    Dr. Kristian Schaadt, Instituto Niels Bohr e CORE A/S, Copenhague, Dinamarca

    Perhaps the most celebrated result in Quantum Chaos is the famous Universality Conjecture, which states that spectral fluctuations of quantum chaotic systems are universally described by Random Matrix Theory (Bohigas, Casati and others). Using experimental results obtained with sound waves, the seminar will introduce these concepts and finally suggest a generalization of the Universality Conjecture.


    COMISSÃO DE PESQUISA

    O Instituto de Física é um dos maiores centros de pesquisa no País e no mundo. Uma medida deste fato é o número de pós-doutorados que estão trabalhando no Instituto, que é o maior número de todas as unidades da USP (acima de 50). Tal fato foi bem destacado na última reunião do Conselho Central de Pesquisa. O vigor das atividades de pesquisa no IFUSP é também medido pelo número de publicações científicas em revistas de renome, que supera 360 artigos. Uma outra medida de atividade de pesquisa, que é mais ligada com aplicação, é o número de patentes. Nesta categoria o Instituto, como toda USP, tem poucas. O Conselho de Pesquisa aprovou há dois meses a criação de uma estrutura de interface entre a Universidade e o sistema empresarial (com verba FINEP) que deve, conjuntamente com a também recém-criada Agência de Fomento, Proteção, Transferência e Comercialização da Propriedade Intelectual, mudar o quadro de patentes no futuro próximo.

    Prof. Mahir S. Hussein

    Presidente da Comissão de Pesquisa do IFUSP


    ESTUDO SOBRE FÍSICA NO BRASIL

    O Ministério de Ciência e Tecnologia formou uma comissão especial encarregada de produzir para o Ministério um estudo sobre o estado e as perspectivas para a Física no Brasil. A Comissão é presidida pelo Professor Alaor Chaves. Atendendo o pedido do Diretor do IFUSP, estamos solicitando que enviem à secretaria da CPq, Edifício Principal, Ala II, (e-mail: lgimenez@if.usp.br), as seguintes informações quanto às empresas criadas por ex-professores, ex-alunos ou ex-funcionários:

    1. Nome da empresa;

    2. Nome(s) dos professores ou alunos ou técnicos que a criaram;

    3. Data de criação;

    4. Produtos ou serviços fornecidos pela empresa;

    5. Número de empregados em dezembro de 2001 (ou em outra data para a qual o dado seja disponível);

    6. Faturamento da empresa em 2001.

    Estas informações são muito importantes para que se possa traçar um perfil mais preciso do impacto mais imediato da Física feita no Brasil sobre a economia e a sociedade.


    COMISSÃO DE GRADUAÇÃO

    MONITORIAS NO IFUSP

    Estão abertas as inscrições para as monitorias A, B (PAE) e C. As instruções e o formulário de inscrição encontram-se disponíveis no endereço http://grad.if.usp.br/graduacao/monitoria/monitores.html. Os formulários deverão ser entregues na Secretaria de Graduação do IFUSP, sala 201, Ala II do Edifício Principal, das 9h às 12h e das 14h às 17h, de 2a a 6a feira.

    Mini-Cursos de Linux na Sala Pró-Aluno

    Os mini-cursos sobre o sistema operacional Linux e seus aplicativos ocorrem todas as quintas-feiras, às 14h e às 18h na sala Pró-Aluno. Os interessados devem fazer sua inscrição contatando os monitores da sala. Apostilas serão distribuídas com o conteúdo do tópico da semana. O mini-curso desta semana será: "Introdução ao ambiente Linux", ministrado por Edgar Z. Alvarenga.

    Demonstração de Instalação do Linux

    Será realizada no Auditório Norte na próxima sexta-feira, dia 24/05, das 14h às 180h, uma demonstração de instalação do sistema operacional Linux em microcomputadores. Esta demonstração visa ensinar de forma didática como instalar o Linux no computador de sua casa. Aproveite!


    TESES E DISSERTAÇÕES

    DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

    Julian Marco Barbosa Shorto

    "Estudo dos Mecanismos de Reação nos Sistemas 16,18O+ 63Cu"

    Comissão Examinadora: Profs. Drs. Edílson Crema (orientador), Nilberto Heder Medina (IFUSP) e Roberto Meigikos dos Anjos (UFF)

    23/05, quinta-feira, Sala 209 entre, Ala II do Ed. Principal, às 15h.


    ATIVIDADES DA SEMANA


    2a. FEIRA, 20.05.2002

    MINI-COLÓQUIO DA GRADUAÇÃO
    "Física Nuclear: do estudo dos núcleos atômicos aos materiais"
    Prof. Dr. Manfredo H. Tabacniks, IFUSP
    Auditório Abrahão de Moraes, às 13h

    SEMINÁRIO DO LABORATÓRIO DE NOVOS MATERIAIS SEMICONDUTORES
    "Non Linear Resonances in a Quasi Three-Dimensional Electron Billiard System"
    Nilo Maurício Sotomayor Choque, IFUSP
    Ed. Alessandro Volta, Bloco C, Sala de Seminários, às 14h

    SEMINÁRIO DO LABORATÓRIO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA
    "Biomineralização: conceitos, alguns fatos e problemas"
    Profa. Dra. Marina Silveira, IFUSP
    Ed. Principal Ala I, sala 201, às 14h


    3a. FEIRA, 21.05.2002

    SEMINÁRIO DO GRUPO DE BIOFÍSICA E FÍSICA MÉDICA
    "A química de superfícies na Agricultura-formulação de Bio-Inseticidas"
    Dra. Marina de Moraes Lessa, Resicontrol S/A
    Ed. Principal, Ala I, sala 204, às 16h

    SEMINÁRIO DE ENSINO
    "É Possível Formar Professores de Ciências ?"
    Prof. Dr. Alberto Villani, IFUSP
    Auditório Adma Jafet, às 16h

    SEMINÁRIO DO GRUPO DE FÍSICA NUCLEAR TEÓRICA E FENOMENOLOGIA DE PARTÍCULAS ELEMENTARES (FINPE)
    "A simetria de Pseudospin no Núcleo"
    Prof. Manuel Malheiro, UFF, Rio de Janeiro
    Ed. Principal, Ala II, sala 335, às 17h


    4a. FEIRA, 22.05.2002

    SEMINÁRIO DO LABORATÓRIO DE FÍSICA DE PLASMAS
    "Solar Radio Emission and Plasma Mechanisms"
    Dra. Vinod Krishan, Indian Institute of Astrophysics
    Ed. Basílio Jafet, sala 105 às 14h

    SEMINÁRIO DO GRUPO DE FÍSICA ESTATÍSTICA
    "Quantum Chaos or Wave Chaos? - Experiments in Acoustics"
    Dr. Kristian Schaadt, Instituto Niels Bohr e CORE A/S, Copenhague, Dinamarca
    Ed. Principal, Ala I, Sala 204, às 14h

    SEMINÁRIO DO DEPARTAMENTO DE FÍSICA DOS MATERIAIS E MECÂNICA
    "Atomic and Conductance Properties of Metals Nanowires"
    Dr. Varlei Rodrigues, Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Campinas, SP
    Auditório Ala Norte, entre a Ala Central e a Ala II, às 15h

    SEMINÁRIO DO DEPARTAMENTO DE FÍSICA NUCLEAR
    "Correlação Angular Perturbada na Física da Matéria Condensada"
    Prof. Madhavarao Narayana Rao, IFUSP
    Edifício Oscar Sala, sala 156, às 16h

    COLÓQUIO DO DEPARTAMENTO DE FÍSICA MATEMÁTICA
    Estratégias de peixes elétricos sul-americanos para evitar interferência na localização elétrica
    Dr. Alberto Capurro Stanham, Departamento de Física Nucleqr, IFUSP
    Ed. Principal Central, sala Jayme Tiomno, às 16h,


    5a. FEIRA, 23.05.2002

    COLÓQUIO
    "Instituto do Milênio para Evolução de Estrelas e Galáxias na Era dos GrandesTelescópios: Implemen-
    tação de Instrumentação para o SOAR e Gemini"
    Profa. Dra. Beatriz Barbuy
    Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas, IAG, USP
    Auditório Abrahão de Moraes, às 16h


    6a. FEIRA, 24.05.2002

    SEMINÁRIO DO GRUPO DE FLUIDOS COMPLEXOS (GFCx) - FEP
    "Análise do Expoente Crítico em Ferronemáticos Obtido das Medidas de Difusividade Térmica"
    Bruno Silveira de Lima Honda, IFUSP
    Auditório Adma Jafet, às 9h

    SEMINÁRIO DOS LABORATÓRIOS DE CRISTALOGRAFIA E DE MATERIAIS MAGNÉTICOS E MOSSBAUER
    "Magnetismo de Nanoestruturas e Estabilidade Coloidal"
    Prof. Dr. Jerome Depeyrot, Departamento de Física, UnB, Distrito Federal
    Ed. Basílio Jafet, sala 105, às 10h

    SEMINÁRIO FÍSICA AO MEIO-DIA
    "Criticalidade auto-organizada e dinâmica de terremotos"
    Profa. Dra. Carmen P.C. do Prado, IFUSP
    Ed. Principal, Ala I, sala 310, às 12h30


    B I F U S P - Uma publicação semanal do Instituto de Física da USP

    Editor: Prof. Nelson Fiedler-Ferrara

    Secretária: Liliam Maria Matheus Gimenez

    Textos e informações assinados são de responsabilidade de seus autores

    São divulgadas no BIFUSP as notícias encaminhadas até 4a feira, às 12h, impreterivelmente

    Fone/Fax: Tel: 3091-7114 - e-mail: bifusp@if.usp.br - Home page: www.if.usp.br