ANO XXIII - No.17 - 18/06/2004

ÍNDICE


Prof. José Roberto Leite ( 09/04/1942 - 11/06/2004)

Faleceu repentinamente, sexta feira dia 11 de junho, o Prof. José Roberto Leite. Um dos mais ativos e proeminentes cientistas brasileiros, José Roberto foi um pioneiro na área de estrutura eletrônica de materiais tendo mais recentemente fundado e liderado um importante laboratório de crescimento e caracterização de materiais semicondutores. Foi Diretor do Instituto de Física da USP (1990-1994), era membro da Academia Brasileira de Ciências, foi Presidente da Sociedade Brasileira de Física (2001-2003), representante da Congregação junto ao Conselho Universitário, foi membro da Comissão de Semicondutores da IUPAP e atualmente era um dos Diretores do CNPq.

Foi graduado (1967), mestrado (1969) e doutorado (1971) pelo IFUSP e esteve durante dois anos nos laboratórios da IBM em San Jose, na Califórnia, trabalhando com o Prof. Frank Hermann. Tinha grande trânsito na comunidade internacional. Deu contribuições importantes para a formação de pessoal tendo orientado cerca de 45 teses e dissertações. Entre seus ex-estudantes, incluem-se hoje vários colegas que são atualmente professores titulares e têm destacada atuação científica. Foi autor de mais de 300 artigos científicos publicados na literatura internacional e era membro do corpo editorial de várias revistas internacionais. Mantinha colaborações científicas com um grande número de colegas no país e no exterior.

Suas contribuições científicas de destaque incluem trabalhos pioneiros i) na interpretação dos autovalores nas equações de Kohn-Sham, ii) estudos de níveis profundos de impurezas em semicondutores, iii) sistemas de baixa dimensionalidade e iv) ligas ternárias de semicondutores III-V.

O Departamento de Física dos Materiais e Mecânica expressa grande pesar e tristeza pela perda do colega, trabalhador incansável, professor querido pelos alunos, formador de grupos de pesquisa.

Sua ausência será sentida.

Professor Sylvio Canuto

Chefe do Departamento de Física dos Materiais e Mecânica

     

Lamento o falecimento do nosso colega, Prof. José Roberto Leite, ex-Diretor do Instituto, ocorrido subitamente na noite da última sexta-feira, aqui em São Paulo.

O Prof. José Roberto, que completou 62 anos em abril, estava na plenitude da carreira, com muitas idéias junto ao seu grupo de pesquisa, entusiasmado com o planejamento de uma reunião internacional aqui em São Paulo, e exercendo uma importantíssima Diretoria do CNPq em Brasília. No próprio CNPq a situação era bem melhor do que no ano passado, com os programas fluindo, mais recursos e disposição para novas iniciativas.

O Prof. José Roberto terminou o curso de física aqui em São Paulo, junto comigo, em 1966. Foi aluno de mestrado (1969) e doutorado (1971) do Prof. Luiz Guimarães Ferreira, junto ao nosso "laboratório de estado sólido", trabalhando com métodos teóricos para o cálculo de estruturas eletrônicas de materiais. A sua área de trabalho foi se modificando: estrutura eletrônica de materiais, física de semicondutores, nanoestruturas, dispositivos eletrônicos, passando pela implantação de um laboratório de crescimento de estruturas epitaxiais aqui no Instituto. Esteve durante dois anos nos laboratórios da IBM em San Jose, na Califórnia. Fez Livre-Docência em 1975 e se tornou Professor Titular em 1986. Foi Diretor do Instituto entre 90 e 94, tendo exercido uma liderança natural, tranqüila, e profundamente vinculada aos nossos valores acadêmicos. Foi Presidente da SBF entre 2001 e o início de 2003.

Durante períodos que nunca foram muito longos, visitou diversos laboratórios internacionais, estabelecendo colaborações, participando de um grande número de simpósios e conferências, apresentando trabalhos e, muitas vezes, liderando a representação brasileira e atuando como membro de vários comitês internacionais. Publicou cerca de 200 artigos científicos, incluindo a edição de diversos anais de conferências. Desde o período inicial de consolidação do grupo teórico de estrutura eletrônica no Departamento de Física dos Materiais, formou ou contribuiu para a formação de um número absolutamente expressivo de mestres e doutores. Entre os seus antigos alunos de pós-graduação estão os nossos professores titulares Adalberto Fazzio, Armando Corbani Ferraz e Marília Caldas, além de outros professores ativos no nosso Instituto e em outras instituições do país.

O Prof. José Roberto deixa esposa, a nossa colega Profa. Luiza Scolfaro, mas não deixa filhos.

Professor Silvio R. A. Salinas

Chefe do Departamento de Física Geral

     

A notícia da morte prematura de José Roberto atingiu a todos nós. Ele é o primeiro dos meus colegas contemporâneos que desaparece. A sua turma formou-se um ano antes da minha, mas passamos longos períodos juntos, em uma época de formação: por exemplo, diversas noites em claro envolvidos em processar programas no computador da Escola Politécnica (era ainda o tempo dos "cartões"). Na ocasião, ele me disse: "Walter, eu não quero ficar sendo um físico de computador".

De fato, José Roberto tornou-se um dos físicos brasileiros mais citados, e de maior prestígio internacional. E a sua contribuição teve, também, grande importância conceitual, que posso avaliar, até certo ponto, mesmo não sendo da área, porque acompanhei de perto os desenvolvimentos que culminavam na teoria da "aproximação da densidade local", de W. Kohn e L.Sham, a partir dos trabalhos seminais de P.A M. Dirac, J.C. Slater e R. Gaspar. Um dos problemas abertos mais difíceis da teoria foi - e continua sendo - como incluir a correlação Coulombiana em um tratamento local. É um dos problemas conceituais mais fundamentais da física da matéria condensada e de muitos corpos. A primeira sugestão foi dada em um trabalho importante de J. R. Schrieffer e colaboradores em 1962. Uma interessante sugestão posterior para obter um funcional melhorado da densidade local - aplicada a um gás de buracos em semicondutores - foi um Phys. Rev. Lett. de J. R. Leite e colaboradores em 1997. Esse é um breve testemunho de uma fração do trabalho de José Roberto - daquela que conheço. Escrevemos juntos algumas notas de aula "A Aproximação da Densidade Local", que ele prometeu revisar quando tivesse um pouco mais de tempo...

Ao contrário de mim, José Roberto sempre teve ambições políticas - no meio científico. Mas, em consonância com a alta qualidade da sua produção científica, as suas realizações nesse campo tiveram objetivos claros e um nível elevado.

Professor Walter Felipe Wreszinski

Departamento de Física Matemática

 


Fascismo de esquerda

Silvio R. A. Salinas*

     

Na última terça-feira um grupo de vinte a trinta estudantes, com bumbos e capuzes, invadiu reunião extraordinária da Congregação do Instituto em que se discutia proposta de mudança regimental apresentada por mais de quarenta docentes. Tivemos uma manifestação explícita, dessa vez na nossa própria casa, do "fascismo de esquerda" que costuma atacar no Conselho Universitário, no CRUSP ou na antiga Faculdade de Filosofia. Não estou introduzindo nenhuma nova categoria sociológica. O fascismo normalmente se refere ao totalitarismo de direita (Hitler e Mussolini, grandes manifestações de massa em Roma ou Nurenberg, símbolos, capuzes e uniformes, eliminação de judeus e opositores de centro ou esquerda). O "fascismo de esquerda" foi cunhado e definido no final da década de 60 por Juergen Habermas, expoente mais jovem da Escola de Frankfurt, membro de um grupo que tinha sobrevivido ao fascismo original. Ironicamente, o grupo de Frankfurt também era o centro da análise crítica da sociedade industrial e burocratizada, fornecendo os argumentos mais em voga no movimento estudantil (europeu) da época.

Há quem diga que no Brasil as idéias chegam atrasadas, e ainda chegam fora de lugar! O fascismo de esquerda também está chegando com uns trinta anos de atraso, com o beneplácito de colegas nostálgicos da ditadura e das comissões paritárias de 68 na rua Maria Antonia. Como se dizia na minha época de estudante, será que os nossos colegas não estão, no fundo, instrumentalizando (para as suas próprias finalidades) os jovens alunos? A ditadura acabou há vários anos. E a democracia vai sendo exercida no país, com versões tipo Lula ou FHC, um pouco mais à esquerda, um pouco mais à direita, felizmente ancoradas no país duro e real. Há mudanças no ar, mas nem sombra de qualquer aventura!

Vamos a alguns extratos de um texto sobre a Escola de Frankfurt (Rolf Wiggershaus, MIT Press, 1994). Comparações entre o movimento estudantil alemão na década de sessenta e os nossos jovens encapuzados invadindo a Congregação ^Ö com os seus apoiadores de plantão ^Ö ficam por conta da imaginação de cada um. No final da década de sessenta, Habermas percebe que o movimento estudantil na Alemanha, num período claramente não revolucionário, apoiava-se numa corda bamba, correndo o perigo de resvalar para o desastre a qualquer momento. Habermas observa que as novas técnicas de demonstração (bumbos e capuzes?) eram vistas como formas ritualizadas de chantagem e desafio adolescente contra pais e professores desatentos e razoavelmente lenientes. Algumas lideranças do movimento estavam confundindo a ocupação das universidades com uma efetiva tomada do poder, numa atitude que seria apenas sintoma de um estado clínico de delírio mental. Habermas foi muito duro ao acusar os estudantes de serem guiados por "truismos" e de utilizá-los para decidir questões difíceis e não resolvidas no campo da teoria social marxista, substituindo-as por certezas simplificadoras; por exemplo, "a convicção de que os problemas suscitados pelo capital, mesmo controlado pelo estado, tornam-se insuperáveis; de que o conflito de classes sócio-econômicas pode ser intensificado através do conflito político; e de que há uma relação causal entre a estabilidade econômica das nações capitalistas desenvolvidas e a situação econômica catastrófica dos países do Terceiro Mundo". Habermas apontava a conexão de convicções dessa natureza com uma "estratégia cada vez mais desastrosa".

No Instituto de Física, a idéia de reduzir o tamanho da nossa Congregação, eliminando os membros natos, como já funciona em algumas Unidades, de acordo com o Estatuto e o Regimento da USP, vem sendo defendida por diversos colegas há muito tempo. O mecanismo para a mudança consiste em obter maioria absoluta na Congregação (ou seja, 41 votos a favor). Isso seria uma proeza numa Congregação como a nossa, com 80 membros, que nos últimos anos somente consegue se reunir em terceira convocação, com presença muitas vezes marginal, deliberando em algumas ocasiões com apenas quinze ou vinte membros. Um órgão menor, dividido pela metade, seria certamente mais ágil e muito mais representativo. Todas as categorias iriam "perder" (diminuir) em números absolutos, mas seriam mantidas aproximadamente as mesmas proporções. Os estudantes, por exemplo, de acordo com o Estatuto da USP, manteriam a proporção de 10% dos membros do novo colegiado (ou seja, em termos relativos não perderiam absolutamente nada). Mesmo assim, as "lideranças estudantis", devidamente aparelhadas pelo discurso sobre a "estrutura de poder" na universidade, são contra, "na lei ou marra", como se dizia em certa época. Foi exatamente na marra que um grupelho de uns vinte alunos, com bumbos e capuzes, em nome da decisão de pretensa "assembléia geral dos estudantes", invadiu a reunião da nossa Congregação na última terça-feira, impedindo a votação da proposta de mudança do Regimento do Instituto, que tinha sido apresentada por escrito, com o apoio de 42 assinaturas, incluindo pelo menos 80% dos nossos professores titulares.

Precisamos registrar o que está acontecendo no Instituto de Física, talvez em alguns setores da USP, frente a situações de força, conduzidas e estimuladas pelos portadores de todos os tipos de delírios e frustrações, usualmente tratadas de forma "desatenta e razoavelmente leniente". Fomos invadidos por um grupelho de truistas, imbuídos com a certeza das soluções fáceis dos iluminados, em nome de uma assembléia "aberta e democrática". Mas que assembléia é esta? Pois bem, há umas duas ou três semanas, no início do atual movimento de greve, houve uma dessas assembléias, com uns dez ou quinze alunos presentes, que decidiu (por ampla maioria!) paralisar as aulas em apoio ao movimento docente (dizem que também decidiu fechar a nossa Biblioteca, como de fato conseguiram fazer há quatro anos). No dia seguinte, a decisão da "assembléia" caiu no vazio: a grande maioria dos nossos colegas deram as suas aulas normalmente. Há relatos de que a tal "liderança" foi obrigada a convocar nova assembléia, que desta vez contou com mais de cem alunos presentes. Nesta verdadeira assembléia a decisão foi outra: apoiar as reivindicações dos docentes, é claro, mas continuar assistindo a todas as aulas! Nas minhas próprias aulas, que em geral me dão grande prazer, tenho notado a presença maciça (talvez até maior) dos meus alunos!

Na Alemanha dos anos sessenta o fascismo de esquerda tinha mais "massa" (aderentes da nova classe média em ascensão) e talvez até maior representatividade. Aqui em São Paulo, fora de lugar, ele acontece "como uma farsa". A tal "assembléia" que parece ter decidido pelo ato criminoso (pois a invasão da nossa Congregação não passa disso mesmo, de mero ato criminoso) deve ter tido no máximo uns quinze ou vinte alunos (ou seja, representatividade nula). Os invasores da Congregação, no horário de pico, lá pelas dez horas da manhã, não passavam de um grupelho de uns vinte e poucos alunos. A própria representação estudantil na Congregação foi eleita por apenas cinqüenta votos num universo de pelo menos mil alunos (numa eleição em que, à moda do gato de Alice, eles próprios são eleitores, mesários, apuradores e eleitos). O nosso fascismo de esquerda é uma farsa, é bem fraquinho mesmo!!

*Professor Titular, Departamento de Física Geral


CEFISMA

A violência dos que mandam e a dos que obedecem

Assembléia de 15/06 dos Estudantes do IFUSP

"Dizem violentas as águas dos rios

Mas nada falam das margens que a oprimem"

Bertold Brecht

Os estudantes do IFUSP, seguindo decisão de sua Assembléia, ocuparam no dia 8 a Congregação do Instituto de Física, protestando contra a tentativa de reduzir, sem nenhuma discussão prévia, o tamanho desse órgão pela metade, aumentando, assim, significativamente, a representação de professores titulares e reduzindo todas as demais. Isso se deve ao fato de que chefes de Departamento são titulares e suas cadeiras na Congregação não entram na conta dos titulares, aumentando seu número total.

Desde então, muitos docentes têm se manifestado pedindo que sejam tomadas medidas para coibir essa atitude dos estudantes, que dizem ser de extrema violência e até mesmo fascista.

Realmente concordamos que se deve tomar alguma atitude com relação à violência que vem ocorrendo no Instituto de Física. Mas nos perguntamos: qual é a violência e onde ela está?

A USP, dentre todas as Universidades públicas brasileiras, possui uma das estruturas de poder mais autoritárias, desrespeitando inclusive a LDB no que diz respeito ao número mínimo de estudantes e funcionários não-docentes que deve fazer parte de seus colegiados. Acrescente-se a isso uma estrutura de decisão extremamente indireta e pouco participativa, que alija a maior parte da comunidade acadêmica das discussões e deliberações a respeito dos rumos da Universidade e a super-representação de professores titulares, que ocupam em geral mais da metade das cadeiras de cada Conselho e têm exclusividade no exercício de cargos executivos.

A justificativa dessa estrutura anti-democrática está associada, em geral, à concepção de que os que possuem maior mérito acadêmico devem ter maior poder de deliberação, fazendo parecer não só que a maior qualificação em uma área específica do conhecimento acarreta, automaticamente, uma maior qualificação para discutir as questões da vida universitária, como também que as decisões referidas são puramente técnicas e não políticas, em perfeita consonância com o discurso tecnicista de nossos tempos. Em conseqüência disso, os próprios concursos acadêmicos para professores titulares acabam sendo muito pouco acadêmicos, como muito bem temos visto nas sucessivas sessões de nossas Congregações.

O que ocorreu nas semanas de 31 de maio a 11 de junho foi um exemplo perfeito dessa estrutura invisivelmente violenta. Baseados nos regimentos da USP, um grupo de 41 docentes solicitou repentinamente uma Congregação extraordinária para deliberar sobre a diminuição do tamanho desse Conselho. Não bastasse a intenção de decidir sem que houvesse qualquer discussão anterior a respeito, nem interna à Congregação e muito menos com a comunidade do IF, esses docentes se organizaram em segredo, pretendendo deliberar na ausência de grande parte de seus membros, para comparecer massivamente à reunião da Congregação em sua primeira chamada, na quarta feira (02/06) às 8h00 da manhã, apesar de ser de conhecimento geral que essas reuniões acontecem às quintas feiras, em terceira chamada. Essa manobra, porém, acabou não dando certo por motivos burocráticos.

Os estudantes tiveram então pelo menos algum tempo (uma semana) para discutir o que fazer. Reunidos em Assembléia, decidiram que uma proposta como essa não poderia ser aprovada sem uma ampla discussão com a comunidade do IF. Apesar da insistência dos representantes discentes e vários membros da Congregação de fazer um calendário de discussões e adiar a deliberação sobre o tema para depois das discussões, o mesmo grupo de docentes insistiu em decidir imediatamente na Congregação do dia 08/06, manifestando que a discussão do tema era perda de tempo. Frente a isso, os estudantes decidiram pela ocupação e a procederam de maneira totalmente pacífica. A resposta que recebemos, entretanto, ultrapassou os limites da violência velada e chegou a atos de intimidação e violência física explícitas por parte de alguns docentes: um professor (João Carlos Barata) tirou fotos, sem autorização, dos manifestantes enquanto outros dois (Élcio Abdalla e Antonio Martins Figueiredo) agrediram fisicamente os estudantes com empurrões e até mesmo puxando o cabelo de um manifestante.

Por isso tudo, acreditamos que se deve modificar a estrutura violenta que motivou a atitude extrema (mas, frisemos, totalmente pacífica) de ocupação da Congregação. Insistimos na necessidade de uma ampla discussão (acompanhada de uma deliberação democrática) sobre a estrutura de poder na Universidade e a composição da Congregação. Aproveitamos assim o ensejo para convidar toda a comunidade acadêmica para o debate:

"Estrutura de poder na USP e a composição da Congregação"

22 de junho, terça-feira, às 12h

Auditório Abrahão de Moraes


QUID EST VERITAS?

Élcio Abdalla*

Perguntas sobre a verdade têm sido colocadas há milênios, veja-se por exemplo, a questão acima de Pilatos. Modernamente, pensadores do calibre de Bertrand Russell (An Inquiry into Meaning and Truth) ou W. V. Quine (Pursuit of Truth) escreveram livros com verdade no título. Porém, como já dizia em outras palavras o companheiro Mao, é na prática que verificamos a teoria, já que simples é duvidar.

Na última reunião da Congregação do Instituto, invadida por um grupo de estudantes e de encapuzados, disse o líder deles, após sua co-lider não conseguir me responder quantos estudantes haviam decidido a invasão, que a suposta assembléia ocorrera com a presença de 120 estudantes. Ato contínuo, perguntei a uma estudante pouco mais afastada quantos eram, no que ela respondeu que a assembléia que decidira pela invasão o fizera por 7 (SETE) votos favoráveis, 4 (QUATRO) contrários e 3 (TRÊS) abstenções.

Posteriormente fomos sete professores pedir ao diretor que considerasse a sessão suspensa e procedesse de modo a preservar o direito dos presentes àquela sessão, no que o diretor respondeu que conversaria com a autoridade jurídica máxima da universidade e ponderaria. Ao invés disto, ele enviou um e-mail simplesmente considerando a sessão encerrada.

Verdade pode ser discutida "ad nauseum", mas em geral é simples, e mentirosos são tolos. Talvez por esta razão, alguns místicos digam que a pergunta título deste texto não necessitava ser respondida, pois é anagrama da própria resposta:

EST VIR QUI AD EST.

*Professor Titular, Departamento de Física Matemática


SEMINÁRIO DE ENSINO

" A pesquisa em uma visão construtivista "

 

Prof. Dr. Lino de Macedo, Professor Titular de Psicologia do Desenvolvimento,

Instituto de Psicologia, USP

22 de junho, terça-feira, Auditório Adma Jafet, 16h

 

Como fazer uma pesquisa, se a intenção é analisar o conhecimento como construção? Nosso objetivo, nesta palestra, é comentar os indicadores sobre isso, propostos na primeira parte do livro de Rolando García - O conhecimento como construção: Das formulações de Piaget à teoria dos sistemas complexos  (Artmed, 2002):  recorte como objeto de estudo, hipótese de investigação, observação guiada pela teoria, atividades do sujeito e do investigador, metodologia retrodutiva, descrição e organização dos dados empíricos, pré-X, princípio de continuidade funcional, generalidade dos mecanismos construtivos. Além disso, pretendemos analisar o significado de conhecimento como construção e o valor da pesquisa construtivista em Psicologia e Educação.


Seminários de Iniciação Científica do IFUSP

Estão abertas as inscrições de alunos de graduação para os seminários de iniciação científica do IFUSP (antigo Grupo Informal de Estudantes) para o segundo semestre, no site: http://euclides.if.usp.br/~seminar/ .

A proposta dos seminários é disseminar para a comunidade os trabalhos de iniciação científica dos estudantes. Os seminários serão realizados no IFUSP em dois horários (13h e 18h) e terão cerca de 40 min. de duração. Mais informações encontram-se no site.

Alunos de graduação, SiC - Seminários de Iniciação Científica


COLÓQUIO

CONVITE À FÍSICA

Colóquios dedicados aos alunos ingressantes de 2004

Organizados pelo Departamento de Física Matemática

"Física e Outras Ciências"

Prof. A. M. Figueiredo Neto, IFUSP

23 de junho, quarta-feira às 18h, Auditório Abrahão de Moraes, Instituto de Física

Home-page: http://fma.if.usp.br/convite/

 

O entrelaçamento das chamadas ciências da vida e da terra é hoje um dos aspectos mais desafiadores e fecundos da geração de conhecimentos. Áreas do conhecimento consideradas algumas vezes estanques, têm se mostrado possuidoras de interfaces importantes e, mais do que isso, técnicas (entendidas aqui tanto experimentais quanto teóricas) da física, química, ciências biológicas e da terra e matemática têm sido utilizadas para a abordagem de problemas de diferentes áreas, sem uma vinculação direta com a área para a qual a técnica tenha sido preferencialmente utilizada e mesmo desenvolvida inicialmente. A participação de diferentes tipos de profissionais (com formações diferenciadas) em equipes que se disponham a pesquisar um determinado assunto nos parece uma tendência irreversível da pesquisa moderna. Entretanto, iniciativas que tenham como pano de fundo essa visão multifacetária ainda têm sido modestas. Discutiremos a abordagem multidisciplinar necessária ao estudo de diferentes problemas tanto das ciências da natureza básica quanto aplicadas.

Vídeos dos colóquios anteriores e informações adicionais podem ser encontrados na home-page acima.

A programação do "Convite à Física" para o segundo semestre de 2004 será anunciada em breve.

Os Organizadores


UNIVERSIDADE E AS PROFISSÕES

19 de junho, às 9 horas, Auditório Abrahão de Moraes

 

Como ajudar o estudante num momento difícil da escolha de sua carreira?

Através do Projeto "Universidade e as Profissões", a USP abre suas portas para que estudantes do ensino médio e de cursos preparatórios para o vestibular, além do público em geral, possam ter mais elementos para decidirem pela melhor carreira ou profissão.

Este projeto, iniciado há 12 anos, já consta da programação de atividades da maioria dos colégios das redes pública/particular e dos cursinhos. Por intermédio das visitas organizadas pelas unidades da USP, os estudantes tem a oportunidade de recolher informações e subsídios para seus questionamentos e dúvidas.

O Instituto de Física e o Instituto Astronômico e Geofísico da USP, em ação conjunta, colocam-se à disposição da comunidade em geral, para visitas aos seus laboratórios e fornecimento de informações necessárias.

Prof. Dr. Fuad Daher Saad, Coordenador


COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO

MATRÍCULA NA PÓS-GRADUAÇÃO PELA INTERNET

AOS ALUNOS, ORIENTADORES E PROFESSORES DE DISCIPLINAS DE PÓS-GRADUAÇÃO

Conforme divulgado, as matrículas dos alunos já inscritos nos programas de mestrado e doutorado da pós-graduação do IFUSP, referentes ao segundo semestre de 2004, serão efetuadas pela Internet através do site: http://www.fenix.usp.br.

Os alunos que se matricularem pela primeira vez no mestrado ou doutorado farão sua matrícula na forma tradicional, ou seja, através de formulários a serem entregues na Secretaria de Pós-Graduação, entre os dias 28/06 e 08/07 de 2004. A matrícula dos alunos especiais se dará de 12 a 16 de julho de 2004.

O calendário e os procedimentos das matrículas pela Internet se dará da seguinte forma:

Junho/04: Consulta ao menu Disciplinas Oferecidas;

25/06/04: Alunos, orientadores e ministrantes de disciplina receberão um novo e-mail informativo

26/06 a 11/07/04: Pré-matrícula dos estudantes regulares

12 a 16/07/04: Aval dos orientadores

19 a 23/07/04: Deferimento dos ministrantes

PROCEDIMENTO BÁSICO

Endereço Internet: http://www.fenix.usp.br. Você está agora no programa Fênix/Web. Aqui deve-se entrar com código de acesso. Entrando no sistema, o menu do lado esquerdo da tela indicará os procedimentos a serem seguidos. As disciplinas oferecidas neste semestre aparecem no botão "Disciplinas Oferecidas". Surge uma tela onde o estudante poderá verificar a relação das disciplinas dando um click no final da tela em "Comissões de Pós-Graduação". Em seguida clique na lista "Instituto de Física". Em seguida, na tela sobre Programa e Áreas de Concentração, clique somente a área 43134 ^Ö Física que aparecerá a relação das disciplinas. Desde 1999 o Instituto de Física só tem uma área de concentração.

Menu específico:

  • "Pré-matrícula em disciplinas" (26/06 a 11/07/04) para os alunos que cursarão disciplinas no 2o semestre de 2004.
  • "Solicitar matrícula de acompanhamento" (26/06 a 11/07/04) para os alunos que não cursarão disciplinas no 2o semestre de 2004.
  • "Avaliar pré-matrícula em disciplinas" e "Aceitar matrícula de acompanhamento" (12 a 16/07/04) aval dos orientadores para a matrícula de seus orientandos.
  • Deferir pré-matrícula em disciplinas"(19 a 23/07/04) deferimento feito pelos ministrantes das disciplinas para os alunos inscritos.


IFT-UNESP

WORKSHOP - ONDAS NÃO-LINEARES
12 e 13 de agosto de 2004

Instituto de Física Teórica - UNESP

Rua Pamplona 145 - 01405-900 São Paulo, Brazil

O workshop busca reunir pesquisadores das áreas de matemática aplicada e física teórica interessados nos temas abaixo, colocando em contacto linhas de pesquisa por vezes distintas. Haverá comunicações tanto teóricas quanto aplicadas, sob enfoques numéricos e analíticos.

TEMAS: Ondas em Fluidos, Solitons, Métodos Assimptóticos, Equações Integráveis, Métodos Perturbativos, Modelagem Numérica, Ótica Não-linear, Equações de Evolução

CONFERENCISTAS: Sadham Adhikari (IFT, BR), William Artiles (IFT/IMPA, BR), Andreas Bohn (Darmstadt, Ale), Silvio Gama* (Porto, PT), André Nachbin (IMPA,BR), Robin Johnson (Newcastle, UK), Nitant Kenkre*(Albuquerque,USA), Vladimir Konotop (Lisboa, PT), Roberto Kraenkel (IFT, BR), Gastão Krein (IFT, BR), Miguel Manna (Montpellier, FR), Domingos Marchetti (IFUSP,BR), Carlos Raupp (IAG-USP, BR), Felipe Rizzato (IF-UFRGS, BR), Márcia Scialom (IMECC- Unicamp, BR), Valery Shchesnovich (DF-UFAL, BR), Fábio Tal (IME-USP, BR). * a confirmar

PARTICIPAÇÃO: aqueles que desejaram participar devem contactar o organizador, Roberto André Kraenkel, no e-mail kraenkel@ift.unesp.br

TAXAS: não haverá.

Maiores Informações: http://www.ift.unesp.br/users/kraenkel/nlwork/index.html


TESES E DISSERTAÇÕES

TESE DE DOUTORADO
Paulo de Tarso Artencio Muzy
"Inomogeneidades no espaço (desordem fraca; modelos de p-spins) e representação no espaço de Fock em problemas da física estatística"
Comissão Examinadora: Profs. Drs. Silvio Roberto de Azevedo Salinas (Orientador/IFUSP), Tânia Tomé Martins de Castro (IFUSP), Diógenes Galetti (IFT/UNESP), Ademir Eugênio de Santana (UnB) e Lindberg Lima Gonçalves (UFC).
24/06, quinta-feira, sala 209, Ala II do Ed. Principal, às 14h30.


ATIVIDADES DA SEMANA


3a. FEIRA, 22.06.2004

SEMINÁRIO DE ENSINO
" A pesquisa em uma visão construtivista "
Prof. Dr. Lino de Macedo, Professor Titular de Psicologia do Desenvolvimento, Instituto de Psicologia, USP
Auditório Adma Jafet, 16h


4a. FEIRA, 23.06.2004

COLÓQUIO CONVITE À FÍSICA
"Física e Outras Ciências"
Prof. A. M. Figueiredo Neto, IFUSP
Auditório Abrahão de Moraes, às 18h


5a. FEIRA, 24.06.2004

SEMINÁRIO DO GRUPO DE FLUIDOS COMPLEXOS (GFCx) - DFEP
"Defeitos topológicos em cristais líquidos liotrópicos"
Fabio Hideaki Hisamoto, IFUSP
Auditório Adma Jafet, às 15h

SEMINÁRIO DO LABORATÓRIO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA
"Efeito da radiação UV sobre as propriedades do cabelo"
Profa. Dra. Inés Joekes, IQ/Unicamp
Ed. Principal, Ala I, sala 201, às 15h


6a. FEIRA, 25.06.2004

SEMINÁRIO DO LABORATÓRIO DE MATERIAIS MAGNÉTICOS - DFMT
"Modelagem de transições metamagnéticas em antiferromagnetos"
Thiago Barros Martins, IFUSP
Sala de Seminários do Ed. Mário Schemberg, às 14h


B I F U S P - Uma publicação semanal do Instituto de Física da USP
Editor: Prof. Nelson Fiedler-Ferrara
Secretária: Rosangela Trevisan Rodrigues
Textos e informações assinados são de responsabilidade de seus autores
São divulgadas no BIFUSP as notícias encaminhadas até 4a feira, às 12h, impreterivelmente
Tel: 3091-6900 - Fax: 3091-6701 - e-mail: bifusp@if.usp.br - Home page: www.if.usp.br  

 

Instituto de Física - Rua do Matão, Travessa R, 187. CEP 05508-900 Cidade Universitaria, São Paulo - Brasil
Caixa Postal 66318 CEP 05315-970 Fax (55) (11) 3814-0503
Email: if@edu.usp.br