ANO XXV - No.36 - 10/11/2006

ÍNDICE


PRÊMIO CAPES DE MELHORES TESES 2006

Em 7 de novembro foram divulgados os resultados dos Prêmios de Melhores Teses de 2006, outorgados pela CAPES (http://www.capes.gov.br/capes/portal/conteudo/10/Premio_CapesTeses.htm). Alguns desses trabalhos já estão alcançando grande impacto, tanto acadêmico quanto na produção de patentes e tecnologias inovadoras. A alta qualidade das teses de doutoramento premiadas é testemunha da maturidade da pesquisa científica e da pós-graduação no País, do esforço e dedicação de dezenas de instituições e milhares de pesquisadores.

Porém, para a Universidade de São Paulo os resultados são desalentadores: das 38 áreas contempladas, a USP levou apenas dois prêmios, enquanto instituições congêneres como a Unicamp (seis prêmios, incluindo o de Física), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (seis prêmios) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (quatro prêmios) tiveram sua excelência em pesquisa amplamente reconhecidas. Isso é muito pouco para a instituição que produz um terço de toda a produção acadêmica do país.

Essa notícia só faz reforçar inúmeros outros indicativos de qualidade que mostram, nos últimos anos, um declínio preocupante da USP na produção de pesquisa de qualidade e alto impacto, enquanto esses mesmos indicadores demonstram que outras instituições que se mostraram dispostas a crescer investindo acima de tudo na qualidade de seus pesquisadores, incentivando e premiando o seu trabalho - o que não implica em descaso com o ensino de graduação - vão ganhando terreno.

Porém, no mesmo instante em que se debate Brasil afora o porquê dessa decadência, muitos ainda se perguntam, dentro e fora da USP, se essa tendência seria real, ou se produto de análises equivocadas ou até mesmo de critérios espúrios e "elitistas". Outros rejeitam os próprios termos do debate, preferindo "um outro modelo de Universidade pública". Lamentavelmente, para alguns vale a máxima de que "contra argumentos não há fatos".

Entrementes, não importa por qual parâmetro se meça, a realidade é que a USP está deixando de ser uma Universidade de pesquisa de qualidade e se convertendo em alguma outra coisa - nem universidade de pesquisa, nem usina de formação de alunos, nem parque tecnológico. Nesse cenário, fica cada vez mais difícil sustentar a ambição da USP de se firmar no cenário internacional como uma das "Grandes Universidades" do planeta, já que essas só são "grandes" por uma única e simples razão: o impacto da pesquisa feita por seus pesquisadores. Vale apontar que, na última lista preparada pelo jornal Times de Londres, a USP não se encontra mais entre as 200 universidades mais prestigiosas do mundo.

A "Marca USP" ainda tem algum valor, mas a erosão que nos come pelas beiradas é ampla, geral e irrestrita. Ou identificamos as causas dessa decadência e agimos com vigor para revertê-la, ou seremos testemunhas e cúmplices de sua derrocada.

Prof. Dr.Raul Abramo

Depto. de Física Matemática


COMISSÃO DE CULTURA E EXTENSÃO

FÍSICA TAMBÉM É CULTURA

FÍSICA PARA TODOS NO MUSEU PAULISTA

A programação completa do ciclo de palestras pode ser obtida no site http://www.if.usp.br/cultext/index.shtml.

"A natureza da luz: da antigüidade remota aos dias de hoje"

Profª. Drª. Suzana Salém Vasconcelos, Depto. de Física Geral do IFUSP

16 de novembro, quinta-feira, no Museu Paulista, às 14h

Fiat Lux; et lux facta est3

Move. Não se move.

Está longe e está perto.

Está dentro de tudo isso,

E está fora de tudo isso4.

O que é a luz? Como é produzida? O desejo de explicar a luz existe desde tempos remotos. Diferentes concepções e várias teorias sobre a natureza da luz foram formuladas ao longo da história humana.

Nesta palestra será discutida a evolução do conhecimento acerca da luz e apresentadas, de forma simples, as atuais teorias que procuram responder tais questões.

_____________________

3 Gênesis, I, 3

4 Upanishads


EVENTOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES

II ENCONTRO DE VERÃO DE FÍSICA DO ITA

Entre os dias 12 e 16 de fevereiro de 2007 será realizado o II Encontro de Verão de Física do ITA, que tem como objetivo estimular o intercâmbio científico entre alunos e professores do Instituto e estudantes de graduação em Física ou Engenharia (final de curso) e de pós-graduação em Física de diversas instituições do País. A programação inclui apresentação de trabalhos selecionados (pós-graduação e iniciação científica), seminários avançados, minicursos e visitas a laboratórios do ITA, do Instituto de Estudos Avançados do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA/IEAv), e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As vagas são limitadas a 120 participantes e os interessados têm até o dia 24 de novembro para efetuar a inscrição on-line.


TESES E DISSERTAÇÕES

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Rafael Carvalho Barreto
"Propriedades eletrônicas de líquidos homogêneos"
Comissão Examinadora: Profs. Drs. Sylvio Roberto Accyoli Canuto (orientador, IFUSP), Helena Maria Petrilli (IFUSP) e Antonio Carlos Borin ( IQUSP).
14/11, terça-feira, Ed. Principal, Ala 2, Sala 209, às 14h

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Lucas Viani
"Estudo ab initio de fulerenos menores e C60 e seus derivados para aplicações em eletrônica molecular"
Comissão Examinadora: Profs. Drs. Maria Cristina dos Santos (orientadora, IFUSP), Adalberto Fazzio (IFUSP) e Fernando Alvarez (Unicamp).
16/11, quinta-feira, Ed. Principal, Ala 2, Sala 209, às 14h

PÓS-GRADUAÇÃO INTERUNIDADES

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Silvia Helena Mariano de Carvalho
"Ciência e arte, razão e imaginação – complementos necessários ao aprendizado de uma nova física"
Comissão Examinadora: Profs. Drs. João Zanetic (orientador–IFUSP), Maria Regina Dubeux Kawamura (IFUSP) e Marilia da Silva Franco (ECA/USP).
16/11, quinta-feira, Ed. Principal, Ala 2, Sala 209, às 10h30

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Ivã Gurgel
"A imaginação científica como componente do entendimento: subsídios para o Ensino de Física"
Comissão Examinadora: Profs. Drs. Mauricio Pietrocola Pinto de Oliveira (orientador, FEUSP), Cristiano Rodrigues de Mattos (IFUSP) e Arden Zylbersztajn (UFSC).
17/11, sexta-feira, Ed. Principal, Ala 2, Sala 209, às 14h


ATIVIDADES DA SEMANA


2a. FEIRA, 13.11.2006

COLÓQUIO DO DEPARTAMENTO DE FÍSICA MATEMÁTICA
"Dark Energy Survey"
Prof. Dr. Luiz Alberto Nicolaci da Costa, Observatório Nacional
Ed. Principal, Sala Jayme Tiomno, às 16h


3a. FEIRA, 14.11.2006

SEMINÁRIO DO GRUPO DE HÁDRONS E FÍSICA TEÓRICA (GRHAFITE)
"Interferência Coulombiana-Nuclear com dêuterons: o caráter de isospin da excitação 21+ na região de A~100"
Profª. Drª. Thereza Borello Lewin, IFUSP
Ed. Principal, Ala 2, Sala 335, às 17h


5a. FEIRA, 16.11.2006

FÍSICA PARA TODOS
"A natureza da luz: da antigüidade remota aos dias de hoje"
Profª. Drª. Suzana Salém Vasconcelos, IFUSP
Museu Paulista, às 14h


6a. FEIRA, 16.11.2006

SEMINÁRIO DO GFCx E DO INSTITUTO DO MILÊNIO DE FLUIDOS COMPLEXOS (fluidos de interesse biológico) - DFEP
"Fibras Ópticas Microestruturadas e Algumas de suas Aplicações"
Prof. Dr. Christiano J. S. de Matos, Universidade Presbiteriana Mackenzie
Auditório Adma Jafet, às 14h


ENCARTE

ASSISTÊNCIA ACADÊMICA

Alteração do Regimento do IFUSP

A Resolução USP-5367, de 18/10/06, publicada no DOE de 28/10/06, altera a composição da Congregação e do CTA, incluindo a participação dos Presidentes da Comissão de Pesquisa e da Comissão de Cultura e Extensão Universitária, além de regulamentar a Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx).

COMISSÃO DE PESQUISA

No dia 16 de novembro acontecerá a 2ª. Reunião de Iniciação Científica promovida pela Comissão de Pesquisa do IFUSP.

As apresentações orais de 10 minutos, dos 44 inscritos, vão ocorrer nos Auditórios Norte, Sul e Abrahão de Moraes, a partir das 14h.

O programa e os horários das apresentações serão divulgados, brevemente, no endereço eletrônico http://www.if.usp.br/eventos.shtml.

COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO

Pós-Graduação do IFUSP: uma análise comparativa

Em colóquio recentemente ministrado no IFUSP, o Prof. Renato Janine Ribeiro, Diretor de Avaliação da CAPES, apresentou diversos aspectos da avaliação CAPES da pós-graduação e teceu considerações sobre os critérios necessários para um programa de pós-graduação obter – ou manter - a nota 7. Isso, agregado ao fato que 2006 é o último ano do corrente triênio da avaliação CAPES, sugere a conveniência de compartilhar com a totalidade dos colegas do IF os dados, extraídos do relatório CAPES referente ao ano de 2004, que apresentei à Congregação alguns meses atrás. Naquela ocasião, gráficos comparativos do desempenho das pós-graduações Nota7 da área de física (IF, IF-SCarlos, Unicamp, UFRJ, UFPe, UFRGS e UFMG) foram apresentados e discutidos.

Na tabela a seguir, dados selecionados da produção acadêmica do IF, são comparados com a média dos mesmos indicadores das demais seis pós-graduações Nota7. Adicionalmente, apresento entre parênteses o melhor indicador obtido dentre as demais PósNota7 no item correspondente.

 

 

Ano 2004

 

Indicador

IFUSP

<Demais Nota7>

Corpo Docente

144

69 (110)

Corpo Discente

332

134 (260)

Discentes/Docentes

2.3

1.9 (2.4)

Titulações:

Ms

Dr

 

 

 

23

33

 

17 (24)

15 (27)

 

Titulações/Orientador

0.39

0.47 (0.62)

Doutorados/Orientador

0.22

0.20 (0.29)

Publ. Internacionais

481

162 (176)

%Qualis A

65%

78% (87%)

Publ.Internac/Orientador

3.3

2.4 (2.7)

Publ Q-A /Orientador

2.2

1.8 (2.3)

%Publ Internac. com participação discente

36%

42% (76%)

Publ. Internac. com partic. discente/Discente

0.52

0.49 (0.69)

<Tempo Ms> [meses]

35

26 (15)

<Tempo Dr> [meses]

57

58 (46)

O primeiro bloco da tabela contém dados acadêmicos gerais, bem como a produção de mestres e doutores, o segundo trata da produção científica e o terceiro bloco apresenta o tempo de titulação.

Em cada um desses blocos vislumbram-se, ou mesmo explicitam-se, nossos pontos fortes, bem como nossas deficiências.

De um lado, temos uma pós-graduação enorme, com o maior número de orientadores e alunos e com um número de alunos por orientador superior à média das demais PósNota7. Formamos o maior número de doutores e estamos bem acima da média no que se refere ao número de titulações de mestrados; entretanto, há que observar um número baixo de titulações totais por orientador, embora tenhamos um número de doutorados per capita superior à média. Nas entrelinhas do tamanho da nossa pós, está contida a diversidade de temas de física aqui praticados: nenhuma outra pós-graduação pode se orgulhar de ter "quase todo o PACS" dentre seus temas de pesquisa.

Nossa produção científica é pujante; 481 publicações internacionais e 3.3 publicações por orientador são significativas. Entretanto, 65% da nossa produção é Qualis-A (i.e., em revistas com fator de impacto superior a um) ao passo que a média das demais PósNota7 é 78%. Por outro lado, nossas publicações per capita, nas mesmas revistas Qualis-A, praticamente igualam o maior valor dentre as demais PósNota7. Preocupante, é a participação discente nas nossas publicações: apenas 36% delas contaram com a colaboração dos nossos alunos de pós-graduação. Esse índice está abaixo da média, sendo menos da metade do melhor índice registrado (76%). Porém, se olharmos esse mesmo indicador dividido pelo número de discentes, o quadro adquire outra tonalidade: no nosso caso essa fração é 0.52 enquanto a média das demais PósNota7 é 0.49.

Finalmente, nosso tempo de titulação de mestrado é muito longo, bem acima da média das demais (mesmo considerando que o menor tempo médio de titulação apresentado, 15 meses, parece-me anormalmente baixo). Nosso tempo médio de obtenção de doutorado está ligeiramente abaixo da média, embora seja, talvez, possível diminuí-lo um pouco.

Tentando sumarizar, temos uma pós-graduação com bons indicadores, mas que ainda tem bastante espaço para aprimoramentos. Em especial, eu apontaria a busca pela maior participação estudantil nas nossas publicações e a diminuição dos tempos de titulação, particularmente no caso do mestrado.

Prof. Dr. Celso Luiz Lima

Presidente da Com. de Pós-Graduação


B I F U S P - Uma publicação semanal do Instituto de Física da USP
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