ANO XXV - No.15 - 01/06/2007

ÍNDICE


MANIFESTAÇÃO DA CONGREGAÇÃO DO INSTITUTO DE FÍSICA, A RESPEITO DOS DECRETOS PUBLICADOS PELO GOVERNADOR JOSÉ SERRA

A Congregação do Instituto de Física da USP expressa sua preocupação com o conjunto de decretos publicados pelo governador José Serra, cujos teores atingem diretamente a autonomia das universidades estaduais paulistas, uma vez que:

* veda, por tempo indeterminado, a admissão ou contratação de pessoal no âmbito do Estado e centraliza eventuais admissões ou contratações no Executivo, através da Secretaria de Gestão Pública;

* institui a Comissão de Política Salarial que deverá estabelecer as diretrizes de políticas salariais, inclusive das autarquias;

* obriga as Universidades Estaduais Paulistas a solicitarem autorização para eventuais alterações orçamentárias.

É importante registrar que, desde a conquista da autonomia universitária, em 1988, as universidades estaduais paulistas têm ocupado posições de destaque e servido de exemplo para as instituições federais de ensino superior. Esse bom desempenho se deve, em grande parte, ao fato dessas universidades poderem, de forma autônoma e com responsabilidade social, planejar suas atividades.

Temos convicção de que não é por decreto, e sim pelo diálogo, que poderemos potencializar ainda mais as contribuições das universidades estaduais paulistas à sociedade. Nesse sentido sugerimos que as redações dos artigos 1o. do Decreto 51.471, 1o., inciso I do Decreto 51.660 e 7o. do Decreto 51.636 sejam alteradas conforme os textos abaixos:

Decreto No. 51.471:

Artigo 1o. – Ficam vedadas a admissão ou contratação de pessoal no âmbito da Administração Pública Direta e Indireta, incluindo as autarquias, inclusive as de regime especial, as fundações instituídas ou mantidas pelo Estado e as sociedades de economia mista, excluídas as Universidades Estaduais Paulistas, respeitando a autonomia universitária consagrada na Constituição.

Decreto No. 51.660:

Artigo 1o.

I – fixar as diretrizes a serem observadas no âmbito da Administração Direta, das Autarquias, das Fundações instituídas ou mantidas pelo Estado e das Empresas sob controle acionário direto ou indireto deste, em assuntos de política salarial, excluídas as Universidades Estaduais Paulistas, respeitando a autonomia universitária consagrada na Constituição.

     

Decreto No. 51.636:

Artigo 7o. – As solicitações de alteração orçamentária e de alteração das cotas deverão ser formalizadas mediante a utilização do Sistema de Alterações Orçamentárias – SAO, disponibilizado no sítio www.sao.sp.gov.br, observadas as normas estabelecidas pelas Secretarias de Economia e Planejamento e da Fazenda.

§ único – Em consonância com a Constituição Federal, as Universidades Estaduais Paulistas estão isentas da exigência expressa neste Artigo.

Além disto, em nome da transparência orçamentária, propomos que o Governo do estado disponibilize mensalmente os dados referentes à arrecadação do ICMS do mês anterior.

São Paulo, 23 de maio de 2007.

Prof. Dr. Adalberto Fazzio

Diretor em exercício


Seminário Extraordinário de Física Estatística

"Why irreversibility is not a sufficient condition for ergodicity"

Prof. M Howard Lee, University of Georgia

8 de junho, sexta-feira, sala 204, Ala 1, às 14 h

The famous ergodic theorem of Khinchin states that a variable A is ergodic if its autocorrelation vanishes at infinite time, which we term "irreversible." We show that this theorem can be violated.  In addition we show that irreversibility is only a necessary condition for ergodicity, not a sufficient one. In this talk we will illustrate that irreversibility is a set which contains ergodicity. This talk will be based on an article appeared recently in Phys. Rev. Lett. (11 May 2007).


Seminário do Departamento de Física Nuclear

 

"Tomografia por Transmissão e por Fluorescência de Raios-X ou Gama"

Prof. Dr. José Martins de Oliveira Jr., Universidade de Sorocaba

06 de junho, quarta-feira, Sala de Seminários do DFN, às 16 h

 

A Tomografia Computadorizada tornou possível a visualização do interior de objetos, sem a necessidade de abri-los fisicamente. Esta técnica foi originalmente desenvolvida para a análise e diagnóstico do corpo humano, e mais recentemente tem sido largamente utilizada na avaliação não destrutiva de materiais. A CT é uma técnica que permite a obtenção de imagens de secções de objetos, analisando a intensidade da radiação transmitida em diferentes direções. A grande contribuição fornecida por uma imagem tomográfica é a sua capacidade de distinguir regiões com diferentes coeficientes de atenuação ou densidades e com isso separar estruturas superimpostas, que na maioria dos casos, não seriam visíveis em uma radiografia convencional. A CT embora seja uma poderosa ferramenta de ensaios físicos não destrutivos, não apresenta a mesma eficácia quando utilizada para ensaios químicos, ou seja, na distinção dos diferentes elementos químicos encontrados na amostra. A CT pode ser usada para distinguirmos o número atômico médio do material e a sua densidade ou coeficiente de atenuação, mas não a sua composição química. É neste ponto que entra a técnica de Fluorescência por Raios X (XRF). A XRF é uma técnica de ensaios não destrutivos, universalmente reconhecida como sendo multielementar, simultânea e rápida, exigindo uma preparação mínima da amostra e podendo ser aplicada nas mais diferentes áreas, desde o controle de drogas produzidas pela industria farmacêutica, análise da composição de solos, controle da poluição atmosférica, etc. A XRF consegue distinguir elementos em concentrações da ordem de partes por milhão (ppm), mas não tem sensibilidade para detectar os elementos mais leves, ou seja, pode ser usada na determinação simultânea de metais e não metais com números atômicos entre 11 a 92. A XRF consiste em irradiar a amostra usando um feixe de raios X  e medir a radiação emitida pelos átomos que a compõem. Cada elemento emite radiação num comprimento de onda característico, que uma vez identificada, nos fornece o elemento e a sua quantidade. A proposta deste seminário é discutir as duas técnicas de ensaios não destrutivos na análise físico-química de materiais.


OPINIÕES

Os alunos de pós graduação do Instituto de Física e do Programa Interunidades em Ensino de Ciências, reunidos no dia 25 de maio de 2007 expressam seu apoio à manifestação da Congregação do Instituto de Física referente aos decretos do governo do estado, garantindo que na redação desses decretos fique explícita a autonomia das Universidades Estaduais.

Reconhecemos a importância do diálogo, principalmente em um ambiente tão polarizado como o nosso, e gostaríamos que as atuações ocorressem de forma pacífica, em fóruns que incluam estudantes, professores e funcionários.


ATIVIDADES DA SEMANA


3a. FEIRA, 05.06.2007

Seminário do Grupo de Hádrons e Física Teórica (GRHAFITE)
"A correspondência AdS/CFT "
Prof. Dr. Victor O. Rivelles, DFMA, IFUSP
Ed. Principal, sala 335, Ala 2, às 17 h


4a. FEIRA, 06.06.2007


Seminário do Departamento de Física Nuclear
"Tomografia por Transmissão e por Fluorescência de Raios-X ou Gama"
Prof. Dr. José Martins de Oliveira Jr., Universidade de Sorocaba.
Sala de Seminários do DFN, às 16 h

6a. FEIRA, 08.06.2007

Seminário Extraordinário de Física Estatística
"Why irreversibility is not a sufficient condition for ergodicity"
Prof. M. Howard Lee, University of Georgia
Sala de Seminários da FGE - Sala 204, Ala 1, às 14 h  


B I F U S P - Uma publicação semanal do Instituto de Física da USP
Editor: Prof. Dr. Antônio José Roque da Silva
Secretária: Silvana Sampaio
Textos e informações assinados são de responsabilidade de seus autores
São divulgadas no BIFUSP as notícias encaminhadas até 4a feira, às 12h, impreterivelmente
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