ANO XXVII - No.28 - 26/09/2008

ÍNDICE


COLÓQUIO DO DEPARTAMENTO DE FÍSICA MATEMÁTICA

"Campos Escalares em Ação"

Prof. Dr. Dionisio Bazeia, UFPB

29 de setembro, segunda-feira, Auditório Jayme Tiomno, IFUSP às 16h

Nosso objetivo é apresentar modelos de campos escalares de interesse atual na Física. A motivação do estudo nasce da possibilidade de aplicação em branas na presença de uma dimensão extra, no estudo da energia escura, na forma de modelos que descrevem a expansão acelerada do Universo e em outras áreas, por exemplo, na formação de padrões e em materiais magnéticos em dimensões nanométricas. Iniciamos nossa investigação desenvolvendo um formalismo que permite redução das equações de movimento a equações diferenciais de primeira ordem. Com essa vantagem significativa, ilustramos como obter defeitos topológicos e como eles podem ser utilizados para descrever uma diversidade de situações em ciência não linear. Por fim, oferecemos um método que possibilita o ladrilhamento do plano com redes de defeitos, regulares ou irregulares.


SEMINÁRIO DE ENSINO

"A Tecnologia como Referência dos Saberes Escolares"

Prof. Dr. Elio Carlos Ricardo, FEUSP

30 de setembro, terça-feira, Auditório Adma Jafet, IFUSP, às 16h

O seminário irá apresentar a percepção de um grupo de professores da área de ciências da natureza, matemática e suas tecnologias a respeito do ensino da tecnologia no nível médio. Discutirá uma abordagem teórica da tecnologia como o estudo do artificial e irá tratar do status atribuído à tecnologia frente ao empreendimento científico e o seu potencial em tornar-se referência para novos saberes escolares. Finalmente, apresentará algumas críticas à abordagem CTS e sua relação com o ensino das ciências.


CONVITE À FÍSICA

Colóquios dedicados ao público geral, em especial aos alunos ingressantes da USP.

Organizados pelo Departamento de Física Matemática

"60 Anos da Eletrodinâmica Quântica"

Prof. Victor Rivelles, IFUSP

01 de outubro, quarta-feira, Auditório Abrahão de Moraes, IFUSP, às 18h

Home-page: http://fma.if.usp.br/convite

Conhecida como a jóia da física por suas previsões extremamente acuradas, a eletrodinâmica quântica é uma teoria que descreve como elétrons, pósitrons e fótons interagem entre si. Faremos um apanhado histórico, lembrando o papel que vários físicos famosos tiveram em sua formulação e discutiremos algumas de suas características mais marcantes, como os diagramas de Feynman. Veremos, também, como ela deu origem ao moderno modelo padrão das partículas elementares.

Os Organizadores


SEMINÁRIO DO DEPARTAMENTO DE FÍSICA NUCLEAR

"Novos limites para física nuclear com espalhamento quase-elástico"

Dr. Davi Monteiro, Instituto de Física, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

01 de outubro, quarta-feira, Sala de Seminários do DFN (Edifício Oscar Sala), IFUSP, às 16h.

O espalhamento quase-elástico constitui uma ferramenta importante para se estudar temas tão importantes como o potencial nuclear e a dinâmica de reações entre íons pesados. Nos últimos 3 anos, alguns aspectos mais específicos destes temas têm sido estudados usando esta técnica. Neste seminário serão apresentados alguns resultados recentes e os limites em que eles podem ser utilizados.


COMISSÃO DE CULTURA E EXTENSÃO

Ciclo de Palestras Física para Todos – Outubro/2008

"Colisões: Uma Maneira Chocante de Aprender Física de Partículas"

Prof. Dr. Fernando Silveira Navarra, FEP, IFUSP

4 de outubro, sábado, Estação Ciência, Auditório Ernst Hamburger, às 15h

Inscrições: www.if.usp.br/cultext

O ano de 2008 será marcado pela inauguração do Large Hadron Collider no laboratório CERN na Suíça. O mundo voltará seus olhos para as incríveis descobertas que podem surgir das colisões entre prótons e entre núcleos atômicos que ocorrerão nesse acelerador de partículas. Vamos fazer uma revisão da física de aceleradores de partículas, com ênfase nas interações fortes, que mantém os chamados quarks confinados dentro dos prótons e prótons e nêutrons unidos para formar os núcleos atômicos. Vamos descrever os principais resultados obtidos nos últimos trinta anos sobre a estrutura dos núcleos e dos prótons. Também discutiremos a formação de novos estados da matéria a partir dessas colisões, que podem reproduzir o estado em que se encontrava nosso Universo nos primeiros instantes da sua existência.

"Poluição do Ar – Problemas locais, Impactos Globais"

Prof. Dr. Américo A. F. S. Kerr, FAP, IFUSP

23 de outubro, quinta-feira, Museu Paulista, Anfiteatro, 14h

Inscrições: www.if.usp.br/cultext

As preocupações ambientais em centros urbanos têm dimensões e gravidade proporcionais à população humana que concentram. Atualmente a questão dos transportes tem representado o principal problema relacionado à poluição do ar, mas interliga-se diretamente com uma série de outros problemas sócio-ambientais que geram um grande caos urbano, particularmente em Metrópoles como São Paulo. Os reflexos das diferentes opções urbanas que vêm sendo adotadas, ou sofridas, não se limitam a comprometer a qualidade de vida de suas populações. Elas terminam tendo grande impacto sobre a Terra, comprometendo a sustentabilidade de seus recursos e possibilitando impactos globais que poderão ser bastante lesivos à vida como ela é hoje em nosso planeta.

"Caos, Fractais, Complexidade: Até que ponto podemos prever a natureza?"

Profa. Dra. Carmen Pimentel Cintra do Prado, FGE, IFUSP

25 de outubro, sábado, Centro Cultural São Paulo, Sala de Debates, 14h30

Inscrições: www.if.usp.br/cultext

A evolução de alguns fenômenos da natureza, embora perfeitamente descrita por rigorosas equações matemáticas, torna-se imprevisível com o passar do tempo. Entender a origem desse problema é exatamente o objetivo da Teoria do Caos, uma das grandes conquistas científicas do século XX. Nessa palestra iremos apresentar de forma elementar e com muitos exemplos simples os fundamentos dessa teoria, mostrando como os sistemas caóticos se relacionam com os belos objetos geométricos chamados fractais. Veremos também como, embora sem a capacidade de previsão, podemos caracterizar, descrever e entender fenômenos caóticos e complexos.


ACIESP – posse de novos membros

Na sexta-feira retrasada, 12/9, depois de longo período de letargia, realizou-se no auditório da FMVZ uma cerimônia pública da ACIESP, Academia de Ciências do Estado de São Paulo. Tomaram posse cerca de sessenta novos membros, na sua grande maioria eleitos há quase dez anos. Parabéns aos colegas do IF, Adalberto Fazzio, atual Reitor da UFABC, Carlos Becerra e Elcio Abdalla, que estavam presentes, e Antonio Figueiredo, Josif Frenkel e Ricardo Galvão, atual Diretor do CBPF, que foram empossados "in absencia". A cerimônia, que contou com muitos convidados, incluindo os ex-reitores Melfi e Fava, foi presidida pela atual Diretoria da ACIESP (Paulo Abrahamsohn, do ICB, presidente; Walter Colli, do IQ, vice-presidente; e Sylvio Ferraz de Mello, do IAG, secretário-geral).

Para que serve uma Academia? Principalmente uma Academia fundada há tão pouco tempo, e que praticamente deixou de funcionar durante os últimos dez anos? A resposta foi dada em parte pelos dois discursos da sessão. O nosso colega Oswaldo Massambani, do IAG, falou sobre as atividades da "Agência USP de Inovação", que ele preside desde o início, e que nos coloca frente aos desafios de transmitir os conhecimentos gerados pela academia. Nessa ocasião sempre surgem algumas questões: quais as formas de interação mais apropriadas à universidade, qual o tipo de desenvolvimento que se persegue no país e quais as suas circunstâncias. O segundo discurso foi do nosso colega Erney Camargo, do ICB, ex-presidente do CNPq, que também estava tomando posse como novo membro da ACIESP! Erney nos lembrou das academias mais antigas, reuniões de colegas cientistas, como a Accademia dei Lincei, que pretendia examinar a sociedade com olhos argutos. Depois nos lembrou de duas academias mais recentes: a Academia Francesa, fundada por Colbert, ministro todo-poderoso de Luís XIV, com atribuições bem definidas de assessoramento de um estado moderno (a Academia Francesa foi "suspensa" pelo Terror, mas voltou sob Napoleão, com funções específicas em matéria de educação, ciência e tecnologia); a National Academy of Sciences americana, fundada por Abraham Lincoln durante a Guerra de Secessão, com funções claras de reflexão sobre questões nacionais (e de assessoramento) de um governo absolutamente moderno. Nos Estados Unidos há diversas academias, que têm produzido reflexões e trabalhos de assessoramento, numa óptica científica e apartidária, sobre questões de ciência, tecnologia, saúde e educação, de evidente relevância nacional. Aí já se vislumbram alguns caminhos para as academias brasileiras – São Paulo concentra cerca de metade da produção científica do país, e poderia contar com uma academia muito mais atuante e influente sobre "as grandes questões nacionais". Aqui em São Paulo foi criado recentemente um "escritório regional" da ABC, Academia Brasileira de Ciências, por enquanto com pequena visibilidade. Além disso, temos na USP o IEA, Instituto de Estudos Avançados, que também funciona nessa direção. Enfim, há espaço de atuação, numa óptica de características científicas, para novos e futuros acadêmicos, numa variedade de problemas e questões no cenário nacional.

Silvio R. A. Salinas


ATIVIDADES DA SEMANA


2ª. FEIRA, 29.09.2008

Colóquio do Departamento de Física Matemática - DFMA
"Campos Escalares em Ação"
Prof. Dr. Dionisio Bazeia, UFPB
Auditório Jayme Tiomno, IFUSP, às 16h

Seminário do Grupo de Hádrons e Física Teórica (GRHAFITE)
"Os efeitos de saturação de partons poderão ser observados nos futuros aceleradores elétron-íon?" Prof. Dr. Fabiana Carvalho, UERJ
Ed. Principal, Ala 2, Sala 335, às 17h


3ª. FEIRA, 30.09.2008

Seminário de Ensino
"A Tecnologia como Referência dos Saberes Escolares"
Prof. Dr. Elio Carlos Ricardo, FE, USP
Auditório Adma Jafet, IFUSP, às 16h


4ª. FEIRA, 01.10.2008

Seminário do Grupo de Física Molecular e Modelagem - DFGE
"Spectroscopy of Confined Atomic Systems"
Prof. Dr. Prasanta K. Mukherjee, Indian Association for Cultivation of Science, Calcutá, Índia.
Ed. Principal do IFUSP, Ala 1, Sala 204, às 9h30

Seminário do Departamento de Física Nuclear - DFNC
"Novos limites para física nuclear com espalhamento quase-elástico"
Dr. Davi Monteiro, Instituto de Física, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ
Sala de Seminários do DFN, Edifício Oscar Sala, IFUSP, às 16h

Convite à Física
"60 Anos da Eletrodinâmica Quântica"
Prof. Dr. Victor Rivelles, DFMA, IFUSP
Auditório Abrahão de Moraes, IFUSP, às 18h


SÁBADO, 04.10.2008

Física para Todos
"Colisões: Uma Maneira Chocante de Aprender Física de Partículas"
Prof. Dr. Fernando Silveira Navarra, FEP, IFUSP
Estação Ciência, Auditório Ernst Hamburger, às 15h


ENCARTE

"Liberdade de imprensa, liberdade de opinião e ética na Universidade"

 

Manifestação de alguns docentes do Instituto de Física da USP faz referência a reportagem publicada na Folha de S. Paulo, de 03 de setembro último (e republicada no JC e-mail). Eles não se referem a Editorial publicado no mesmo jornal no dia 04 de setembro ("Péssimo exemplo").  A crítica o jornal é similar à nossa crítica pessoal. Esses docentes parecem esquecer que vivemos num país democrático em que a imprensa livre, o direito à opinião e à livre expressão desta são pilares fundamentais.  Parecem querer inventar uma nova modalidade de falta ética: delito de opinião. Respeito às instituições absolutamente não implica em falta de visão crítica da atuação daqueles que por elas são responsáveis. O próprio artigo da Magnífica Reitora da USP ("O bom exemplo da USP") semeia confusão entre críticas à atuação de dirigentes universitários e críticas à instituição que dirigem.  A USP tem mais de 70 anos de tradição e inúmeros bons serviços prestados à ciência, à cultura e à sociedade.  Essa tradição não isenta seus dirigentes de trabalharem arduamente para que sua imagem seja preservada ao longo dos próximos 70 anos!  Lemos diariamente nos jornais críticas até à atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Seriam os jornalistas culpados de subversão da ordem, desrespeito à instância máxima do judiciário brasileiro? O assunto de que trata a reportagem é de interesse da população, conforme julgamento da Folha de S. Paulo.  O repórter procurou-nos para dar seguimento à reportagem que ele mesmo havia feito há mais de um ano. Acreditamos na livre imprensa e na liberdade de opinião.  Como docentes de uma universidade pública, consideramos importante atender a imprensa e manifestar nossa opinião quando consultados. A Universidade de São Paulo é vista como a maior e melhor Universidade do país. Entre seus membros encontram-se ilustres cientistas e acadêmicos, e por aqui passaram várias das melhores e mais profícuas cabeças do país. Isto não significa que possamos aceitar que seus membros façam aquilo que quiserem, que seus dirigentes dirijam com as costas ao público que paga pela Universidade sem lhes dar contas sobre o que aqui se faz. Se é verdade que a Universidade se encontra entre as 130 melhores, gostaríamos de vê-la entre as 30 primeiras, e não há razão para que não esteja. Todavia, deve haver um esforço no sentido de inserirmo-la em atitudes típicas das grandes Universidades do planeta. Nosso dever maior é alertar, não esconder, para que o remédio, por pior e mais amargo que seja, se administre o mais rápido possível. Os membros da Comissão de Ética da USP não estão acima de críticas, como qualquer um de nós, até mesmo o presidente da República.  Nós criticamos, sim, a diferença de tratamento dado por eles a supostas ofensas pessoais, em comparação com o suposto plágio.  No primeiro caso, o pronunciamento expedito, até mesmo sem direito de defesa (para um dos censurados pela Comissão); no segundo, um procedimento que se arrasta há mais de um ano, sem que a comunidade sequer consiga informações sobre sua tramitação (e mesmo se continuava tramitando!).  Podemos comparar esse prazo com o tempo levado para investigar um dos maiores escândalos da história da física, a falsificação de dados realizada por Jan Hendrik Schön, dos laboratórios da Bell. A comissão independente que foi convocada para a investigação precisou analisar múltiplos artigos, cadernos de laboratório, reproduzir alguns resultados, entrevistar várias pessoas.  Seus trabalhos foram concluídos após 4 meses (o caso era claramente mais complicado e, em nossa opinião, seguramente muito mais grave).  Uma Universidade de classe mundial não pode ficar tão atrás das outras instituições que são referências mundiais... A presunção de inocência, até o julgamento, é um princípio jurídico básico na maior parte do mundo.  O que se critica é justamente a falta desse julgamento, ou sua duração exageradamente longa, sem qualquer justificativa para tanto, além da falta de transparência no processo.  Ninguém solicita que se viole o sigilo necessário em diversas etapas da investigação (embora o sigilo que deveria existir em relação à identidade de ao menos um parecerista tenha sido inacreditavelmente violado). Porém, as autoridades universitárias têm, em cada instante, a responsabilidade de assegurar que eventuais faltas estão sendo apuradas e indicar os procedimentos que são adotados.  Não basta a USP possuir um bom Código de Ética.  A comunidade precisa ter a segurança de que a administração zela por seu cumprimento. A reputação de uma instituição não é manchada por pessoas que criticam a atuação de seus dirigentes.  Ela é manchada quando suas premissas não são cumpridas.

Élcio Abdalla e Paulo A. Nussenzveig, professores do Instituto de Física da USP


B I F U S P - Uma publicação semanal do Instituto de Física da USP
Editor: Prof. Dr. Antônio Domingues dos Santos
Secretária: Silvana Sampaio
Textos e informações assinados são de responsabilidade de seus autores
São divulgadas no BIFUSP as notícias encaminhadas até 4a feira, às 12h, impreterivelmente
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